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    Especialista sugere racionamento e cotas de consumo devido à crise hídrica

    À CNN, professor da USP afirma que atual crise hídrica é "bem pior" que a de 2013 e deverá se prolongar até 2022

    Produzido por Renata Souza*da CNN

    em São Paulo

    O Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS) estima, em seu último boletim, que os níveis do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste podem chegar a 12,6% até o final de setembro. Este seria o pior índice em 20 anos. Devido a isso, o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP (Universidade de São Paulo) Pedro Cortês acredita que o governo brasileiro deverá adotar medidas de racionamento e cotas de consumo para o consumidor doméstico. “Eu acredito que o governo venha a adotar o racionamento devido ao agravamento da crise e das projeções climáticas”, disse à CNN.

    Em relação às cotas de consumo e um novo aumento da tarifa de energia, o especialista afirmou que, embora o governo esteja segurando o anúncio por conta da alta na inflação, as medidas deverão ser implementadas. “O que o governo provavelmente fará é estabelecer cotas de consumo principalmente para o consumidor doméstico. Talvez ele não queria impor este tipo de restrição à indústria para evitar um prejuízo maior à economia.”

    Pedro Cortês corroborou o boletim do ONS e enfatizou que o país vive uma crise “bem pior que a de 2013 e a de 2014”, que só impactava a região metropolitana de São Paulo. “Hoje nós temos uma crise que afeta toda a bacia do Paraná e sem perspectiva de que essa crise se resolva, de maneira mais definitiva, durante a primavera e o verão.”

    De acordo com o professor, durante a primavera haverá um certo alento, com a chegada das chuvas, mas será apenas uma “impressão de que estamos voltando à normalidade”, já que a crise hídrica deverá se estender até o próximo ano.

    “À medida em que vamos nos aproximando do verão, a estiagem volta, principalmente na região central do Brasil, onde temos reservatórios importantes, como Furnas, Emborcação e Serra da Mesa, [que estão] com níveis bastantes reduzidos. Então, essa é uma crise que, infelizmente, prossegue não só até o final deste semestre, mas também em 2022”, alertou.

    * Sob supervisão de Jorge Fernando Rodrigues