Equipe econômica prevê inflação de volta à meta apenas em 2024
Boletim da Secretaria de Política Econômica revisou IPCA de 2023 para 5,58%, e do ano que vem em 3,63%
O Ministério da Fazenda elevou sua projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 para 3,63%, de 3,52% estimados em março, mostrou boletim da Secretaria de Política Econômica (SPE) divulgado nesta terça-feira (23).
O resultado mantém o indicador oficial da inflação brasileira acima do centro da meta. Para o ano que vem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estipulou centro do alvo para a inflação em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,50% e 4,50%.
Segundo a equipe comandada por Fernando Haddad, a elevação das expectativas foi motivada pela “demanda externa”. “Para os anos subsequentes, espera-se IPCA com variação de 3,00%, no centro da meta”, informa o documento.
Para 2023, o governo federal já admite que o BC vá estourar as bandas da meta ao aumentar a expectativa para 5,58%, ante 5,31% em março.
Caso isso se confirme, será o terceiro ano seguido que a autoridade monetária estoura o teto do alvo da inflação.
Para ficar no limite estabelecido pelo CMN, a autarquia monetária deveria entregar a inflação entre 1,75% e 4,75% — com centro de 3,25% ao ano.
As mudanças deste ano foram justificadas pela mudança da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina e outros reajustes, como pano de saúde e jogos de azar, informou o ministério.
As mudanças da equipe econômica estão mais otimistas das expectativas apontadas pelo Boletim Focus, pesquisa semanal do BC que reúne as previsões dos agentes do mercado financeiro.
Para este ano, a pesquisa da última segunda-feira (22) mostrou que projeção para a inflação recuou para 5,8% — a primeira previsão abaixo de 6% desde o início de abril.
Já para a variação de preços para o ano que vem, a expectativa teve leve queda para 4,13%. ,
PIB
A equipe econômica também elevou a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 1,6% para 1,9%.Já para o ano que vem, a previsão ficou mantida em 2,3%.
Os dados também estão acima do estipulado pelo mercado. Para este ano, o Focus aponta alta de 1,2% da economia, enquanto em 2024, a expectativa é de um crescimento na ordem de 1,3%.
*Publicado por Gabriel Bosa, com informações da Reuters