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    Entrega da concessão do Galeão deve adiar fim de grupo de trabalho do Santos Dumont

    Nova proposta pretende tirar Aeroporto de Jacarepaguá do bloco de aviação executiva e colocá-lo junto ao de pequenos terminais fluminenses

    Aeroporto do Galeão
    Aeroporto do Galeão RIOgaleão

    Stéfano Sallesda CNN

    no Rio de Janeiro

    A decisão da Changi, acionista majoritária da RioGaleão, concessionária do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), de deixar a operação do terminal carioca, resultou em adiamento da reunião do grupo de trabalho do Ministério da Infraestrutura, prevista originalmente para essa sexta-feira (11).

    O ato da empresa de Singapura pode resultar em prorrogação dos trabalhos do colegiado.

    Na quinta-feira, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas destacou que, com o anúncio da controladora da concessionária, o Santos Dumont não será mais concedido isoladamente, como já havia sido anunciado pela pasta, que seguia recomendação do grupo de trabalho, que segue até pelo menos 20 de fevereiro.

    O novo encontro ainda não foi agendado, mas deve ocorrer no início da próxima semana.

    Agora, os planos envolvem uma concessão conjunta dos dois terminais, o que, segundo especialistas, tende a minimizar os impactos de uma possível logística predatória para favorecer um em relação ao outro. Autoridades fluminenses têm defendido que os dois operam em regime de complementariedade.

    Membros do grupo, ouvidos pela CNN, apontam que o prazo de conclusão das discussões é uma formalidade, o que importa é a entrega de um relatório consistente para embasar decisões.

    Um dos cinco representantes do Rio de Janeiro no órgão, formado para discutir o impacto da concessão do Santos Dumont no Tom Jobim, Delmo Pinho, indicado pela Fecomércio-RJ, aponta ainda outras sugestões de mudanças que devem estar presentar no relatório de recomendações feitas pelo grupo.

    Para Pinho, ex-secretário fluminense de Transportes no governo de Cláudio Castro (PL), o Rio de Janeiro precisará brigar agora para excluir o Aeroporto de Jacarepaguá, também na capital, do bloco de concessões destinado à aviação executiva, onde seria concedido ao lado do Campo de Marte, em São Paulo.

    Na proposta de Pinho, Jacarepaguá deve liderar um bloco com pequenos aeroportos e aeródromos do Rio de Janeiro, para garantir melhorias na infraestrutura de acesso ao interior do estado e desenvolvimento.

    Ele inclui nessa lista os equipamentos de Nova Iguaçu, Saquarema, Resende, Paraty e Itaperuna.

    “Em muitos casos, são pistas federais, administradas por prefeituras que não têm recursos para investir e garantir infraestrutura. Em Nova Iguaçu, por exemplo, o aeródromo está fechado por causa disto, mas a pista está ali e é boa. Seria importante termos também quatro heliportos em áreas montanhosas, onde não se pode colocar aeroportos e aeródromos, como Petrópolis, Teresópolis, Nova Iguaçu e Mauá, para ter essa conectividade”, explica.

    O engenheiro de transportes entende que a rodada de concessões é uma oportunidade para garantir melhora na infraestrutura em setores que o estado e os municípios não conseguem avançar por conta própria, por falta de recursos.

    A medida, segundo ele, beneficiaria todo o sistema e seria custeado pela lucratividade da operação do Aeroporto de Jacarepaguá, o mais rentável do bloco.

    “Essa é uma oportunidade que nós não podemos deixar passar. Caso contrário, daqui a 15 ou 20 anos, a maior parte dessas pistas estará perdida. Onde vamos arrumar em Resende uma pista asfaltada, pronta, com 1,3 mil metros de extensão? Será uma fortuna colocar aeroporto em outro lugar. Nova Iguaçu tinha pista pronta para receber aviões de 50 passageiros. Jacarepaguá tem problemas de excesso de demanda para atender demanda do pré-sal. O concessionário pode deslocar parte das operações para Nova Iguaçu”, conclui Pinho.