Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Eneva, Multiplan: 10 ações recomendadas por corretoras para investir em abril

    A carteira do CNN Brasil Business de abril foi dominada pelo setor financeiro, mas também tem ações dos setores de commodities, varejo e energia

    Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O mercado financeiro teve um mês agitado em março, como de costume, especialmente no Brasil. O anúncio de medidas de restrição mais duras para conter o avanço da Covid-19, aumento maior que o esperado da taxa Selic e volatilidade dos treasuries de 10 anos nos EUA foram alguns dos assuntos mais discutidos. 

    O mês teve também muita instabilidade política. Nesta última semana, vimos a saída de seis ministros do governo federal. Foi em março também que Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal, anulou condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, em decisão que tornou o petista elegível novamente. 

    Diante de todos esses acontecimentos, Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos, vê que o Ibovespa encontrou um suporte relevante na região de 110 mil pontos e “seria preciso um agravamento maior da crise da Covid-19 ou novas incertezas surgirem no horizonte de curto prazo que ainda não estejam precificados” para o índice recuar dessa área. 

    Porém, se as coisas seguirem como estavam no fim de março –algo que ninguém pode prometer ou garantir, especialmente no Brasil–, o analista enxerga a possibilidade de novo teste da região de 121 mil pontos em abril. 

    Entre os assuntos que provavelmente vão influenciar as ações neste mês estão o rendimento dos treasuries de 10 anos nos EUA e o novo pacote trilionário do governo americano. 

    Ao todo, US$ 4 trilhões devem ser despejados na economia dos EUA em duas etapas. Na primeira leva, cerca de US$ 2,25 trilhões devem ser aportados em infraestrutura, enquanto o restante viria para ajudar as famílias americanas no setor de saúde. No entanto, investidores temem que as medidas possam gerar um processo inflacionário em todo o mundo.

    A carteira 

    Entre as principais apostas dos especialistas para um bom desempenho na carteira de renda variável em abril, a maioria está no setor financeiro. Na carteira do CNN Business, que recebe recomendações das principais corretoras do mercado, estão quatro empresas do segmento: Bradesco (BBDC4), BTG Pactual (BPAC11), B3 (B3SA3) e Itaú (ITUB4). 

    A ação mais recomendada, porém, está no setor de commodities. A Vale (VALE3), presença frequente na carteira do CNN Business, teve cinco recomendações e foi a mais indicada para investir em abril. Confira a lista completa: 

    Para chegar a essa lista, recebemos recomendações de ações e avaliação dos setores em que os investidores devem ficar de olho. Neste mês, as corretoras que participaram do levantamento foram Santander, Toro Investimentos, Guide, Genial Investimentos, Órama, Investmind e Easynvest. 

    Cada uma delas sugeriu 10 papéis, com peso respectivo de 10%, e analisou cinco setores da economia.

    As ações da Petrobras (PETR3) e JBS (JBSS3) também receberam duas recomendações. Gerdau, Eneva, B3 e Itaú entraram na lista de abril porque estiveram presentes na carteira do CNN Business de março. A Multiplan (MULT3) completou a lista porque teve valorização superior a Petrobras e JBS no mês passado. 

    Vale 

    Ação: VALE3

    Comentário: Sergio Franco, head de Renda Variável da Órama Investimentos 

    “Acreditamos que a retomada das economias globais resultará em um novo superciclo de commodities, especialmente no minério de ferro, principalmente em países como a China. Além da retomada, vemos no horizonte estímulos vindo para reforma de infraestrutura nas economias desenvolvidas, o que vai aumentar a demanda de minério no futuro. Esse crescimento de demanda tem impactado de forma significativa os preços da commodity e consequentemente beneficiado as mineradoras de forma geral. 

    A companhia possui algumas plantas que estão paradas e, assim, mesmo que a demanda por minério aumente, será possível honrar os pedidos sem grandes problemas.

    Seu robusto pagamento de dividendos semestrais é um grande atrativo e uma forma de balancear nossa carteira de investimentos com uma empresa bastante sólida.” 

    Bradesco 

    Ação: BBDC4

    Comentário: Lucas Marins, analista da Investmind

    “O Bradesco é a nossa escolha entre os bancos privados, principalmente pelo perfil da sua carteira de crédito e pelo potencial de melhora na eficiência de suas operações. Para o próximo ano, vislumbramos um aumento da carteira acima do mercado e uma relevante redução das despesas operacionais. 

    Além disso, devido ao crescimento da carteira de crédito de pessoas físicas, o banco deve se beneficiar de uma retomada da economia e da redução do desemprego. Da mesma maneira que praticamente todo o setor bancário, o Bradesco também deverá apresentar reversão de provisões e um maior controle dessas despesas em 2021, o que deve resultar em lucros no patamar do período pré-pandemia.

    Com o fim da pandemia, do risco de aumento de impostos e também da proibição de pagamento de dividendos, é possível visualizar boas perspectivas para as ações do setor. 

    Assim, vemos o investimento nas ações do Bradesco com bons olhos, uma vez que enxergamos o papel bem posicionado no setor e com um interessante potencial de apreciação nos próximos anos.”

    BTG Pactual 

    Ação: BPAC11 

    Comentário: Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos

    “Considerado o maior banco de investimentos da América Latina, o BTG Pactual possui um portfólio diversificado de produtos e serviços, o que favorece suas operações e maximiza suas fontes de receitas.

    Acreditamos que suas principais linhas de negócios continuarão apresentando bons resultados ao longo dos próximos meses. Além disso, o crescimento da adesão de novos clientes à plataforma BTG+ e o nível de adaptação do banco às possíveis mudanças de mercado reforçam ainda mais a nossa tese de compra do ativo BPAC11.”

    Suzano 

    Ação: SUZB3

    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    “O setor de papel e celulose permanece com demanda forte e saudável, devido à interrupção de fornecimento e consumo crescente da China. A indústria deve se manter aquecida ao longo do ano, com a demanda impulsionada pelo: consumo de tissue,  questões sanitárias na China, melhoria das condições econômicas na Europa e recuperação da atividade econômica local.

    A Suzano possui grande parte da sua receita em dólar, que, na nossa visão, deve se manter em patamares elevados ao longo dos próximos meses. Isto, em conjunto com a alta no preço das commodities, impulsionam um aumento da receita da companhia no curto e médio prazos. Vale dizer que a porcentagem de seus custos referenciada em dólares é pouco relevante, e que a companhia conseguiu superar as fortes perdas com sua operação de hedge, realizada para proteger sua operação frente às oscilações do câmbio, obtidas no ano passado.

    Em seu resultado do 4T20, a empresa apresentou crescimento acima de 400% em seu lucro líquido contra o mesmo período de 2019, impulsionado pelos fortes ganhos no resultado financeiro, com operações de câmbio e derivativos. Ainda, seu volume de produção aumentou exponencialmente, e o efeito do câmbio mais do que compensou as mínimas históricas da celulose no mercado internacional.”

    Weg 

    Ação: WEGE3 

    Comentário: Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos

    “Com clientes ao redor do mundo, a Weg tende a continuar se beneficiando do aquecimento da atividade industrial na China, do avanço da sua participação de mercado nos EUA e no México, da resiliência de equipamentos de ciclo longo e da recuperação da demanda por equipamentos de ciclo curto no exterior.

    A companhia também investe em soluções de energia renovável, veículos elétricos, automação e eficiência energética, segmentos que têm crescido de forma expressiva no mundo. Tais fatores nos fazem acreditar no bom desempenho da empresa e, por isso, recomendamos a compra de WEGE3.” 

    Gerdau

    Ação: GGBR4

    Comentário: Sergio Franco, head de Renda Variável da Órama Investimentos 

    “A Gerdau veio apresentando sólidos resultados ao longo do ano de 2020, mostrando resiliência principalmente no resultado operacional. A companhia demonstrou geração de caixa recorrente em um ano bastante complicado para toda a indústria e conseguiu reduzir sua alavancagem operacional de forma consistente.

    Acreditamos que o mercado de construção civil aquecido e a retomada nos mercados automotivos, em que a Gerdau é referência com suas linhas de ações especiais, serão os drivers mais importantes para que a companhia consiga manter seus números positivos.”

    Eneva

    Ação: ENEV3

    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    “O cenário atual para a Eneva é condizente com nossa avaliação positiva para o papel devido a alguns pontos. O primeiro é a expectativa favorável de performance das operações de gás natural em meio a recuperação dos preços do petróleo. Depois, vem a disputa por ativos da Petrobras e desenvolvimento do mercado de gás, com o fortalecimento esperado nos próximos anos decorrente do novo marco. 

    Dessa maneira, vemos a Eneva como um case interessante para surfar bons resultados a primeiro momento, mas também com grandes possibilidades de crescimento e ganho de eficiência ao longo dos próximos anos. Esperamos ainda que em junho de 2021 a companhia deva iniciar novas operações, contribuindo para uma melhora no Ebitda.” 

    B3 

    Ação: B3SA3 

    Comentário: José Falcão Castro, analista de investimentos da Easynvest

    “A B3 é uma empresa que está se beneficiando de um momento muito positivo na Renda Variável. Em 2020, um ano muito desafiador e traumático, o mercado de capital no Brasil passou por um momento inédito que combinou volatilidade gerada pelas incertezas que acompanham a crise atual a um cenário de taxas de juros em patamares historicamente baixos.

    Tal dinâmica teve como efeito uma busca por parte dos investidores, principalmente os locais, por diversificação de seus portfólios além dos tradicionais títulos públicos, evidenciada pelo crescimento do número de CPFs cadastrados e volumes negociados nos principais mercados de atuação da bolsa brasileira. 

    Este cenário resultou em recorde no lucro líquido, crescendo 53% no ano, para R$4,2 bilhões. Este momento positivo tende a continuar em 2021 onde a B3 reina sozinha.”

    Itaú 

    Ação: ITUB4 

    Comentários: José Falcão Castro, analista de investimentos da Easynvest

    “A qualidade da gestão, alinhamento aos interesses dos acionistas e a posição de liderança do Itaú são incontestáveis, a empresa é importante provedor de crédito para expansão das atividades econômicas no país

    Há uma estimativa, que é consenso no mercado e nós concordamos, de que os quatro maiores bancos brasileiros poderão ter uma alta combinada de 25% no lucro líquido em 2021, considerando uma queda nas provisões para devedores duvidosos (PDD) no período. Esta tendência já foi observada nos últimos trimestres de 2020 com resultados impulsionados pela redução das provisões e que deve continuar nos próximos trimestres. 

    O Itaú, banco que foi o mais conservador e fez mais provisões em 2020, deve apresentar uma boa recuperação neste ano.”

    Multiplan

    Ação: MULT3

    Comentário: José Falcão Castro, analista de investimentos da Easynvest

    “Contrariando as expectativas mais otimistas, o primeiro semestre de 2021 será muito desafiador, o país entrou na sua pior fase com cidades em todo o país decretando lockdown para combater o avanço da Covid-19.

    Em um setor extremamente impactado pela crise e com preços descontados, que geram oportunidades neste contexto, a Multiplan atua nos segmentos de shopping e imobiliário. O portfólio de ativos está localizado nas principais regiões do Brasil, estrategicamente posicionado no vetor de crescimento dos grandes centros urbanos, impulsionando o desenvolvimento do entorno e contribuindo diretamente para a melhoria da qualidade de vida da população. 

    A Multiplan se beneficiará rapidamente com a expectativa de vacinas e retomada do consumo com a normalização das atividades comerciais a partir da segunda metade do ano. Porém, é importante destacar que no curto prazo as empresas do setor podem passar por momentos mais voláteis com incertezas relacionadas à pandemia.”

    Tópicos