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    Endividamento cai pelo segundo mês seguido, aponta CNC

    No entanto, inadimplência segue acima dos 30%, e 21,6% das famílias têm mais de 50% da renda comprometida com contas a pagar

    Pauline Almeidada CNN

    no Rio de Janeiro

    Pelo segundo mês seguido, o índice de famílias endividadas caiu no Brasil e passou de 79,2%, em outubro, para 78,9% em novembro, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (6) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No entanto, a proporção de inadimplentes segue no recorde da série histórica, com 30,3%.

    “A desaceleração da proporção de endividados é explicada pela evolução positiva do mercado de trabalho, pelas políticas de transferência de renda mais robustas e pela queda da inflação nos últimos meses. Na prática, esse conjunto de fatores significou aumento da renda disponível. Ainda assim, a combinação de endividamento e juros altos está deixando os consumidores mais cautelosos”, aponta a pesquisa.

    Apesar da diminuição das pessoas com contas a vencer, a CNC observou um aumento das famílias muito endividadas. Em novembro de 2021, o índice era de 14,8%, que passou para 17,5% no mesmo mês deste ano.

    As famílias na categoria mais ou menos endividadas foram de 27,3% para 28,2% no período, enquanto as pouco endividadas tiveram uma leve redução de 33,5% para 33,2%.

    Segundo o levantamento, em média, o brasileiro comprometeu 30,4% da renda para pagar as contas em novembro, isso sem contar despesas básicas, como energia e água. Em um ano, as famílias com mais de 50% da renda comprometida, por exemplo, saiu de 20,8% para 21,6%.

    Nesse período, o endividamento teve maior crescimento entre mulheres (+3.3 p.p.); entre os consumidores com mais de 35 anos (3,2 p.p.); e entre as pessoas que não terminaram o ensino médio (3,9 p.p.).

    Em um contexto com intenso comprometimento da renda, a taxa de inadimplentes, ou seja, com contas já atrasadas, segue em 30,3%, recorde da série histórica atingida em outubro. A situação é mais grave entre os consumidores com renda de até dez salários mínimos, com 34,1%, a maior taxa da série histórica iniciada em 2010.

    “Os orçamentos das famílias de menor renda seguem apertados, pois os juros altos aumentam as despesas financeiras associadas às dívidas em andamento”, destaca a CNC.

    Em novembro, a entidade ainda notou um aumento das famílias que não pagaram dívidas atrasadas de meses anteriores: 10,9%. Do total de inadimplentes, 42,5% estão com atrasos superiores a 90 dias.