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    Empregabilidade na área da energia renovável cresce, mas falta mão de obra qualificada, diz relatório

    Segundo a Agência Internacional de Energia, a escassez de mão de obra qualificada já está afetando o setor

    Gabriel Garciada CNN , Brasília

    A empregabilidade no setor de energia limpa cresceu 5% entre 2019 e 2022, com mais da metade desse crescimento sendo representado por cinco áreas: energia solar, eólica, veículos elétricos e fabricação de baterias, bombas de calor e mineração de minérios críticos, segundo relatório da Agência Internacional de Energia.

    O investimento total em energia verde cresceu 32% no mesmo período. Com esses números, a empregabilidade no setor de energia renovável ultrapassou a de combustíveis fósseis em 2021. Para 2023, a expectativa é que os empregos relacionados à sustentabilidade cresçam em 4.5%.

    Protagonismo da China

    A China abriga a maior força de trabalho em energia atualmente, com quase 30% do total global. O país contou com um crescimento de 2 milhões de empregos em energia limpa e uma queda de 600.000 empregos relacionados a combustíveis fósseis.

    Atualmente, 60% da força de trabalho de energia da China está empregada em setores limpos, em comparação com pouco mais de 50% em 2019.

    Além disso, os setores de fabricação de energia limpa da China empregam cerca de 3 milhões de trabalhadores, sendo responsáveis por 80% dos empregos na fabricação de baterias para veículos elétricos e energia solar fotovoltaica em todo o mundo.

    Demanda por mão de obra qualificada

    Mesmo com um crescimento na inserção profissional, a escassez de mão de obra qualificada já está afetando o setor.

    Segundo o relatório, o setor de energia precisa de trabalhadores mais qualificados do que a maioria das outras áreas. Cerca de 36% dos empregos no setor de energia são ocupados por pessoas com alta qualificação, em comparação com 27% nos demais segmentos.

    “As ocupações de engenheiros, que representam quase metade dos novos empregos relacionados à energia, estão enfrentando uma escassez particularmente grave, limitando a disponibilidade da mão de obra necessária para instalar tecnologias de energia limpa e reformar edifícios”, indicou o documento.

    Segundo a Agência, o número de trabalhadores que buscam diplomas ou certificações relevantes no setor de energia não está acompanhando o ritmo da crescente demanda.

    As concessões de certificações relevantes para o setor de energia, como eletricistas e técnicos de aquecimento, não tiveram crescimento nos Estados Unidos e na União Europeia. Na China, caíram cerca de 9%.

    “Construir mão de obra qualificada deve ser considerado um pilar estratégico fundamental para as regiões que buscam ser competitivas nos novos setores de energia limpa, assim como atrair mais mulheres, que hoje representam 15% da força de trabalho no setor de energia”, concluiu o relatório.

    Veja também: Com recordes de consumo, Brasil importa energia da Argentina e liga térmicas

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