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    Em novo recorde, rombo nas contas públicas chega a R$ 188,6 bi em junho

    No mesmo mês do ano passado, o déficit primário foi quase 15 vezes menor, somando R$ 12,706 bi

    Fachada do Ministério da Economia
    Fachada do Ministério da Economia Foto: Hoana Gonçalves/Ministério da Economia

    Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília

    O buraco fiscal nas contas do setor público consolidado renovou recorde e alcançou R$ 188,682 bilhões em junho. Esse é o maior rombo já registrado em todos os meses da série histórica, iniciada em 2001. No mesmo mês do ano passado, o déficit primário foi quase 15 vezes menor, somando R$ 12,706 bi.

    Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (31). O resultado do setor público consolidado inclui as contas do governo federal, dos governos regionais e das estatais federais. O déficit primário não inclui as despesas com juros e mostra que o valor arrecadado no mês passado não foi suficiente para cobrir as despesas. 

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    Sozinhas, as contas do governo federal registraram R$ 195,180 bilhões em déficit no mês passado. Por outro lado, os estados e municípios tiveram superávit de R$ 5,780 bilhões. Já as empresas estatais registraram superávit de R$ 719 milhões. 

    No primeiro semestre, o rombo fiscal já alcançou R$ 402,703 bilhões. O número é cerca de 70 vezes maior que no mesmo período do ano passado, quando o déficit era de R$ 5,740 bi. 

    O déficit nominal das contas públicas, que inclui os valores gastos com juros, alcançou R$ 210,161 bilhões em junho. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, o valor sobe para R$ 576,315 bilhões, equivalente a 16,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

    Por incluir as despesas com juros, o resultado nominal sofre impacto direto das atuações do Banco Central na política monetária e cambial, como contratos de swap cambial e redução da taxa básica de juros, Selic, que está na mínima histórica de 2,25% ao ano. Os gastos públicos com juros somaram R$ 21,480 bilhões em junho, e já alcançaram R$ 173,613 bilhões no acumulado do ano. 

    Com o aumento dos gastos públicos por conta do combate ao vírus e a possibilidade de prorrogação de alguns programas emergenciais, a equipe econômica espera que o déficit primário do setor público seja de R$ 812,8 bilhões este ano. Em 2019, as contas do setor público consolidado tiveram o sexto ano consecutivo de déficit primário, negativo em R$ 61,87 bilhões, equivalente a 0,85% do Produto Interno Bruto (PIB). 

    Dívida avança para R$ 6 tri

    A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) também renovou recorde, atingindo o maior valor histórico. Em junho, a DBGG saltou de R$ 5,929 trilhões para R$ 6,153 tri, representando 85,5% do PIB. O indicador serve como referência para as agências de classificação de risco, que define a atratividade de investimentos dos países. No ano passado, a DBGG encerrou em R$ 5,50 trilhões. 

    Por conta do aumento dos gastos públicos, que consequentemente vão elevar o endividamento público, a equipe econômica estima que a DBGG/PIB pode alcançar os 96,9% em 2020, dependendo do desempenho da atividade econômica.

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