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    Em 2030, Brasil representará quase um terço das exportações mundiais de carne bovina

    Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos aponta uma alta de 41,8% no fluxo de exportação brasileira nos próximos nove anos

    Corte de carne bovina
    Corte de carne bovina Reuters

    Elis BarretoLucas Janoneda CNN

    no Rio de Janeiro

    O Brasil será responsável por 29% das exportações mundiais de carne bovina em 2030, segundo o relatório mais recente do Departamento de Agriculta dos Estados Unidos (USDA).

    Os dados do documento apontam que o volume de exportações brasileiras do produto deve registrar uma alta de 41,8% nos próximos nove anos. O Brasil vai seguir como o principal exportador de carne bovina do mundo, seguido pelo país norte-americano, que representará uma fatia de 11,4% do mercado.

    Segundo o relatório, o aumento no volume de exportações do Brasil deve acontecer por dois fatores: a maior demanda mundial por carne bovina e a estagnação dos outros países na exportação do produto.

    De acordo com os dados, os Estados Unidos e os países da União Europeia, principais concorrentes da carne brasileira, devem registrar níveis estáveis de exportações entre 2021 e 2030.

    Para suprir a demanda externa, a produção no país também deve ter um aumento. Segundo o relatório, o setor pecuário brasileiro produz anualmente cerca de 10 milhões de toneladas do produto atualmente.

    Em 2030, a expectativa é que a produção salte para aproximadamente 12,4 milhões. Apesar do Brasil ser o maior responsável pela exportação mundial de carne bovina, os Estados Unidos permanecem como o maior produtor desse tipo de produto, com uma produção anual aproximada de 13,3 milhões de toneladas da proteína.

    A doutora em economia e pesquisadora associada do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Cecília Kreter, aponta que o mercado interno do país norte-americano consome mais carne bovina do que a população brasileira, o que reduz o volume de produto a ser exportado pelo EUA.

    A especialista em pecuária explica que o fator econômico é um dos principais responsáveis pela menor demanda da proteína animal dentro do Brasil.

    “O mercado doméstico dos Estados Unidos tem uma preferência para esse tipo de proteína. É um hábito cultural deles, assim como dos brasileiros, de comer muita carne. No entanto, o poder aquisitivo é que define qual proteína animal será mais consumida dentro do nosso país”, disse.

    “Nós constatamos, no último trimestre, o aumento no consumo de proteínas mais baratas, como a carne de frango e o ovo. Mas, se esta parte da população pudesse, ela não iria preferir comer carne de melhor qualidade?”, indagou a economista do Ipea.

    Carne suína

    O relatório ressalta que, até 2030, o Brasil será o terceiro maior exportador do mundo no ranking de exportação de carne suína, ultrapassando o Canadá.

    Atualmente, a União Europeia e o Estados Unidos ocupam, respectivamente, o primeiro e segundo lugar em número de exportações. O Canadá está em terceiro, com 1,4 milhão de toneladas exportadas em 2021, e o Brasil em quarto, com 1,2 milhão de toneladas.

    A projeção é que em 2030, o Brasil exporte 1,8 milhões de toneladas, frente aos 1,7 milhões de toneladas previstos do Canadá.