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    Tesouro vê dívida pública acima dos 100% do PIB pela primeira vez em 2025

    A projeção do governo é de que apenas em 2029 o endividamento público cai para baixo dos 100%, em 98% do PIB

    Anna Russi, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A equipe econômica prevê que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) atinja os 100,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. Essa é a primeira vez em que a estimativa do governo para o endividamento público supera o patamar dos 100%. 

    A expectativa é de que a DBGG só retome a trajetória de queda em 2027, quando deve retornar ao patamar de 100,5% do PIB. A projeção do governo é de que apenas em 2029 o endividamento público cai para baixo dos 100%, em 98% do PIB.

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    Os números estão no Relatório de Projeções da Dívida Pública, divulgado pelo Ministério da Economia nesta sexta-feira (30). 

    A Dívida Pública serve como referência para as agências de classificação de risco, que define a atratividade de investimentos dos países. Já a aceleração do crescimento da DBGG, reflete a alta das despesa públicas com o esforço no combate à Covid-19, que já somam R$ 615 bilhões. 

    “O impacto da pandemia sobre o déficit primário, bem como sobre a atividade econômica no ano de 2020 mudou o patamar de endividamento esperado para a próxima década. O cenário atual projeta uma DBGG 18,1% do PIB acima da projeção pré-covid”, destaca a pasta. 

    Para este ano, a expectativa é de que a DBGG encerre em 96% do PIB, valor que seria equivalente a R$ 6,86 trilhões. 

    “A tendência de incrementos na relação dívida/PIB ocorre em um quadro fiscal marcado por significativos déficits primários. A intensidade do aumento do endividamento nos próximos anos é atenuada, contudo, pela expectativa de taxas de juros reais baixas para o histórico do Brasil e pela perspectiva de retomada do crescimento real do PIB”, diz a pasta. 

    Vale destacar que, ainda nesta sexta, o Banco Central informou que a DBGG já atingiu os 90,6% do PIB

    Na simulação de um cenário mais pessimista, no qual o crescimento econômico fique aquém do esperado, e, ao mesmo tempo, os juros estejam mais alto e o déficit fiscal mais alto, o endividamento poderia tomar conta de até 125,2% do PIB em 2029. O valor é 27,2 pontos percentuais acima do projetado no cenário base. 

    Mais difícil para quitar 

    A Dívida Pública é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, que arrecada menos do que gasta. 

    Com um aumento também de vencimentos a curto prazo nos títulos, o Brasil terá mais dificuldades de pagar sua dívida. Os papéis que vencem em até 12 meses já são responsáveis por 17,2% do total da dívida. 

    “Essa mudança no perfil de vencimento da dívida é condizente com períodos de crise, em que há menor apetite ao risco, maior preferência por liquidez e déficits elevados. A recuperação econômica e a redução das incertezas macrofiscais são condições necessárias para a reversão desse quadro”, explica a equipe econômica.

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