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    Eletrobras confirma valor de R$ 42 por ação em processo de capitalização

    Estatal fará ofertas primária e secundária de ações na próxima segunda-feira (13), concluindo a sua desestatização

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business em São Paulo

    A Eletrobras anunciou na noite de quinta-feira (9) que precificou em R$ 42 o preço por ação nas ofertas primária e secundária que realizará na próxima segunda-feira (13), quando concluirá o seu processo de capitalização.

    O valor foi determinado a partir do preço médio no período de manifestação de interesse de compra por parte dos investidores, que ocorreu entre os dias 3 e 8 de junho. A informação havia sido antecipada pela analista de economia da CNN, Raquel Landim.

    Ao todo, serão ofertadas 627.675.340 milhões de ações novas, em uma oferta primária, e 69.801.516 milhões de ações que pertencem ao BNDESPar, em uma oferta secundária. As operações ocorrerão ao mesmo tempo na bolsa brasileira, a B3, e na de Nova York.

    Na bolsa norte-americana, serão ofertados recibos de ações, os chamados ADRs, que foram precificados em US$ 8,63.

    O preço mínimo estabelecido pelo governo federal para as ações foi mantido em sigilo, mas segundo o fato relevante divulgado pela Eletrobras, a precificação atingiu um valor igual ou superior ao mínimo determinado.

    Segundo o documento, o preço por ação fixado envolve um montante total de R$ 29,29 bilhões, acima dos R$ 22,05 bilhões caso o preço mínimo tivesse sido seguido. Considerando o lote suplementar que será ofertado pelo BNDESPar, o total chega a R$ 34 bilhões.

    O valor é próximo da expectativa do governo, de R$ 30,69 bilhões, valor calculado a partir do fechamento de 26 de maio, quando a ação ordinária (ELET3), tinha a cotação de R$ 44.

    Com o processo, o governo abre mão de ser o acionista controlador da Eletrobras e passará a ter 45% do capital acionário ante os 72,2% atuais. Entretanto, terá o chamado “golden share”, um mecanismo que permite que ele vete decisões que possam ir contra o interesse nacional.

    O processo de capitalização da Eletrobras foi iniciado em 2021, e passou alguns meses parado enquanto aguardava a aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão aprovou tanto o modelo da capitalização quanto as estimativas de movimentação total com a operação, na casa dos R$ 67 bilhões.

    Desse total, R$ 25,3 bilhões são em outorgas pagas ao Tesouro Nacional pelo direito do uso das usinas hidrelétricas da Eletrobras. Outros R$ 32 bilhões serão para a Conta de Desenvolvimento Energética (CDE), com o objetivo de aliviar as contas de luz a partir de 2023.

    Compra de ações da Eletrobras com o FGTS

    O governo também permitiu que trabalhadores interessados em comprar ações da Eletrobras fizessem a reserva utilizando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O processo também ocorreu até o dia 8 de junho.

    O valor mínimo para a aplicação foi de R$ 200 por trabalhador, sendo possível utilizar até 50% do saldo disponível na conta do FGTS.

    Segundo a Caixa Econômica Federal, a expectativa é de que sejam movimentados até R$ 6 bilhões pelos FMP-FGTS (Fundos Mútuos de Privatização).

    A Eletrobras

    A Eletrobras tem perto de 51 gigawatts (GW) em capacidade instalada de geração — equivalente a 29% do parque gerador do Brasil — e mais de 70 mil km de linhas de transmissão, ou 43,1% da rede nacional.

    Um dos propósitos da capitalização é fazer com que a companhia tenha condições de aumentar seu nível de investimentos e se tornar mais competitiva no mercado.

    Da origem à privatização: entenda a história da Eletrobras

    Com informações de Pedro Zanatta, do CNN Brasil Business