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    Dólar em queda: veja 4 maneiras de investir com a moeda

    Opção é procurada por investidores para diversificação de carteiras e maior segurança contra volatilidade do mercado financeiro

    Dólar é uma das moedas mais fortes do mundo
    Dólar é uma das moedas mais fortes do mundo QuinceCreative/Pixabay

    Letícia Naomeda CNN*

    Em São Paulo

    O dólar é a moeda mais forte do mundo e é procurada por investidores para a diversificação de carteiras e maior segurança contra a volatilidade do mercado financeiro.

    Na quarta-feira (21), a moeda norte-americana renovou a mínima em mais de um ano, cotada a R$ 4,768 na venda, pressionada para baixo pela perspectiva de cortes dos juros pelo Banco Central (BC) e com a melhora das perspectivas para a economia.

    O clima positivo, porém, perdeu parte da força após o Comitê de Política Monetária (Copom) frustrar as expectativas de iniciar o ciclo de queda da Selic a partir de agosto, além do fortalecimento dos temores de a economia global estar caminhando para uma recessão.

    Na sexta-feira (23), o câmbio encerrou com alta de 0,12%, negociada a R$ 4,771 na venda. Na semana, porém, a moeda desvalorizou 0,91%.

    Apesar de ter recuperado parte do terreno no fim da semana, o dólar ainda ronda as mínimas desde o início de junho do ano passado, mantendo a janela aberta para quem busca a diversificação dos investimentos.

    Carla Beni, economista e professora de MBAs da FGV, aponta que o dólar representa a segurança na decisão dos investidores.

    “O conceito de investimento em dólar não é especulativo, é um conceito de segurança”, afirma.

    Porém, como todas as opções disponíveis no mercado financeiro, o aporte no câmbio também traz seus riscos, principalmente pelas oscilações das cotações, destaca a especialista.

    “É uma decisão que normalmente não possui uma proteção. Por isso que investir em dólares é arriscado”, diz.

    Renata Moura Sena, professora de economia da PUC-SP, destaca que a decisão de entrar neste mercado e o volume de aporte passam pelo perfil do investidor.

    “Investidores mais conservadores, o ideal é que aloquem percentual menor em moeda estrangeira. E os mais arrojados, podem alocar um percentual maior”, afirma.

    Como começar a investir em dólar?

    O investimento pode ser feito por meio de bancos e corretoras, com contratos de compra e venda. Também é possível entrar no mercado através da abertura de contas no exterior. Neste caso, porém, há de se considerar as taxas, que geralmente são baixas, explica Sena.

    A abertura de uma conta em um banco estrangeiro pode facilitar os trâmites, já que as transferências podem ser efetuadas em reais e convertidas diretamente.

    Os aportes devem ser feitos de forma fracionada como meio de proteção das variações cambiais, relembra a especialista.

    “Fazendo essa locação de uma parcela do patrimônio aos poucos todos os meses, por exemplo, dilui de certa forma essas oscilações e os riscos, desde que seja para longo prazo”, diz Sena.

    Outro ponto levantado pela especialista é sobre os cuidados a se tomar na hora de começar as aplicações em dólar. Ela enfatiza que o investidor deve sempre buscar instituições conhecidas e não acreditar em promessas exageradas.

    É fundamental “estudar o que está fazendo, a instituição que está abrindo a sua conta, fugir de empresas de baixa expressão e sempre se informar”.

    Além disso, ela lembra que qualquer investimento em moeda estrangeira precisa ser declarado à Receita Federal.

    Fundos Cambiais e internacionais

    Nos fundos cambiais, os investidores, neste caso chamados de cotistas, aplicam em moedas estrangeiras para lucrar.

    Dependendo da quantidade de dinheiro colocado, cada cotista receberá mais ou menos ganhos. O valor investido pode ser utilizado para comprar e vender dólar, por exemplo.

    “É para o investidor que está buscando diversificação e proteção contra a volatilidade do mercado financeiro”, diz Thiago Godoy, educador financeiro da Rico, acrescentando não ser necessário abrir uma conta no exterior.

    Ele também ressalta a importância de buscar um profissional especializado para gerir os investimentos.

    ETFs

    Os Exchange Traded-Funds (ETFs) são fundos que funcionam com a compra de ativos referenciados algum índice do mercado, por exemplo, o Dow Jones ou o Nasdaq Composite.

    Além disso, há uma facilidade de se aplicar nesses fundos e boa liquidez, destaca o educador da Rico.

    “Tem ETF que vai investir em ativos em dólar, como ações de empresas dos EUA”, explica.

    BDRs

    Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) também ajudam a dolarizar os investimentos. São recibos de empresas estrangeiras feitos no Brasil para possibilitar o investimento nessas companhias sem a necessidade de abrir uma conta lá fora.

    Dependendo de onde se invista, os ganhos serão obtidos em dólar.

    “Alguém mais propenso a riscos pode ter uma participação maior do seu patrimônio. Já alguém avesso a riscos, pode colocar uma proporção menor, de maneira a estar menos exposto às variações. Ainda que as BDRs atuem como uma ação, por exemplo”, diz Sena, da PUC-SP.

    Mercado futuro de dólar

    No mercado futuro de dólar, contratos da moeda no presente são comprados e vendidos, para ter ganhos com variações ao longo do tempo. Esse modo de investimento foge daquela ideia de que se investir em dólar não é especulativo.

    O especialista da Rico explica que “esse é o mercado de derivativos. São contratos negociados e vão permitir que se faça compra ou venda de dólar no futuro”.

    É investimento mais avançado, indicado para aqueles que estão querendo se proteger da volatilidade do câmbio.

    Sabendo fazer esse tipo de investimento, é possível trabalhar com alavancagem, de modo a aplicar um valor maior do que possui em conta.

    Esta modalidade, porém é de alto risco e indicada apenas para quem possui experiência no mercado.

    “É preciso estar disposto a suportar perdas relevantes”, destaca Sena.

    Investimento em espécie

    A compra do dólar em espécie também funciona como uma forma de se investir na moeda, segundo a professora da PUC-SP.

    Mas ela alerta ser preciso tomar cuidado com o armazenamento por haver riscos de perda ou roubo. Além disso, há taxas maiores na hora de comprar a moeda física.

    Por outro lado, Godoy aponta que comprar dólar em espécie não é um investimento, já que a moeda “parada” não gera rendimentos ou valorização, a não ser pela variação do câmbio.

    “Comprar uma moeda só esperando o câmbio não é a melhor forma de investir. Quando se investe em outros ativos que estão dolarizados, há também a valorização do ativo. Existe uma compensação”, explica.

    A compra da moeda é mais recomendada para outros fins, como o planejamento para uma viagem ao exterior.