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    Dívida Pública Federal cresce 2,17% e vai a R$ 4,25 tri em maio, diz Tesouro

    A dívida interna aumentou em 2,26%, para R$ 4,03 tri, e a dívida externa teve um avanço de 0,41%, somando R$ 218 bilhões

    Foto: Marcos Santos/USP Imagens

    Anna Russi,

    do CNN Brasil Business, em Brasília

    A Dívida Pública Federal (DPF) avançou 2,17%, em termos nominais, de abril para maio, alcançando o total de R$ 4,250 trilhões. Esse é o primeiro crescimento da DPF após dois meses seguidos de queda, e reflete o início de uma melhora nos mercados internacionais. Os números foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional, nesta quarta-feira (24).

    A DPF, que inclui o endividamento interno e externo do governo federal, é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, que arrecada menos do que gasta. 

    O resultado foi puxado pela maior emissão de títulos públicos pelo Tesouro. Em comunicado, a STN informou que ajustou a estratégia de emissão em função das condições de mercado. 

    O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, explicou que esse ajuste foi necessário pois o mês de maio ainda foi marcado por uma volatilidade dos mercados internacionais, ainda que menor do que nos dois meses anteriores.

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    “Esse ajuste foi realizado de forma a se tornar compatível com as condições de mercado e o perfil de risco dos investidores naquele momento. A tensão se concentra na duração da pandemia e nas medidas de flexibilização em algumas economias”, esclareceu. 

    Assim, as operações de novos papéis se concentraram em prefixados, em especial nas Letras do Tesouro Nacional, e nos títulos de taxa flutuante (LFT). “Tal ajuste se deve ao fato de os investidores em maio ainda demonstrarem comportamento de aversão a risco e preferência por liquidez, embora em menor proporção quando comparado aos meses de março e abril”, informou o Tesouro. 

    A STN destacou que, na segunda quinzena de maio, os mercados reagiram de forma positiva às notícias de pesquisas em fase avançada para produção de vacina contra Covid-19 e, apesar da volatilidade no período, as bolsas encerraram o mês em alta.

    “O tom do resultado em maio não foi ainda mais positivo, por conta da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Isso segurou a melhora de mercados internacionais de forma geral”, acrescentou Vital. 

    Enquanto as emissões somaram R$ 86,651 bilhões em maio – maior valor  mensal desde abril de 2018 –, os resgates foram baixos, totalizando R$ 13,07 bilhões. 

    Já os gastos com juros ficaram em R$ 16,53 bilhões em maio. Nos três primeiros meses do ano as despesas com juros já superam os R$ 171,61 bilhões. 

    No mês passado, a participação de investidores estrangeiros atingiu o menor patamar desde dezembro de 2009, em 9,11%. Ou seja, os não residentes estão se retirando do mercado de títulos públicos brasileiros. No mês anterior a parcela desses investidores era de 9,36%. Já os Fundos de Investimentos e a Previdência ficaram responsáveis por 25,85% e 24,88% da DPF, respectivamente, em maio.

    Vital lembrou que o movimento de saída de estrangeiros dos ativos brasileiros tem ocorrido desde 2015, explicada pela perda no grau de investimento.

    “A volta de não-residentes se relaciona com a melhora da situação fiscal do Brasil, com o avanço nas reformas e o aumento no crescimento econômico. Tudo isso vai levar à melhoras nas perspectivas e, em algum momento, novo grau de investimento. Então, temos um caminho de melhora fiscal para voltar a um fluxo mais significativo de investidores estrangeiros”, afirmou. 

    Ainda na avaliação dele, os apesar da baixa participação, a perda de investidores no mês de maio não foi tão forte quanto em março e abril. “A perda no fluxo de não-residentes em março e abril foi muito substancial e se deveu, principalmente, à pandemia.

    Vários investidores buscaram reduzir suas posições em ativos mais arriscados colocando a classe de ativos emergentes como mais arriscados e dentro dessa classe entra o Brasil. Em maio, começamos a ver com uma visão mais otimista porque a saída mais forte já aconteceu”, explicou. 

    Dívida interna e externa

    A dívida externa, que é a emissão de títulos no mercado internacional, apresentou variação positiva de 0,41% em maio, somando R$ 218 bilhões. 

    Por outro lado, o estoque da dívida interna, que é quando as operações de compra e venda de papéis são realizadas em real, avançou 2,26% no mês passado, fechando o mês em R$ 4,032 trilhões.

    Oficialmente a equipe econômica já admite forte crescimento do endividamento público neste ano. Segundo programação do Tesouro Nacional, publicada no início do ano, a projeção é de que a dívida chegue a R$ 4,75 trilhões em 2020.

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