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    Dívida pública atinge R$ 6,2 tri em junho, alta de 2,9%, diz Tesouro

    Coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Roberto Lobarinhas, disse que mês foi "extremamente positivo" para mercados e emissão de dívidas

    A Dívida Pública Federal inclui a dívida interna e externa
    A Dívida Pública Federal inclui a dívida interna e externa joelfotos/Pixabay

    Fernanda Trisotto e Eduardo Rodrigues, do Estadão Conteúdo

    O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu 2,95% em junho e fechou o mês em R$ 6,191 trilhões. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (21) pelo Tesouro Nacional. Em maio, o estoque estava em R$ 6,013 trilhões.

    A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 33,32 bilhões no mês passado, enquanto houve uma emissão líquida de R$ 144,21 bilhões.

    A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) avançou 3,30% em junho e fechou o mês em R$ 5,957 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 5,16% menor no mês, somando R$ 234,04 bilhões ao fim de junho.

    Participações

    A participação dos investidores estrangeiros no total da Dívida Pública caiu em junho. A parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna passou de 9,56% em maio para 9,48% no mês passado.

    No fim de 2022, a fatia estava em 9,36%. O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 564,77 bilhões em junho, ante R$ 551,07 bilhões em maio.

    A maior participação no estoque da DPMFi continuou com as instituições financeiras, com 29,19% em junho, ante 28,74% em maio. A parcela dos fundos de investimentos passou de 23,72% para 24,28% no mês passado.

    Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 23,55% para 22,70% de um mês para o outro. Já as seguradoras passaram de 4,08% para 4,03% na mesma comparação.

    Reserva de liquidez

    O Tesouro Nacional encerrou junho com R$ 1,118 trilhão no chamado “colchão da dívida”, a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros.

    O valor observado é 13,76% maior em termos nominais que os R$ 983,18 bilhões que estavam na reserva em maio. O montante, porém, é 8,43% menor que o observado em junho de 2022 (R$ 1,221 trilhão).

    O valor serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa.

    O montante de junho era suficiente para cobrir 8,52 meses de pagamentos de títulos. O Tesouro trabalha com um mínimo prudencial equivalente a uma reserva para três meses de vencimentos.

    Mês “extremamente positivo” para emissões de dívida

    O coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Roberto Lobarinhas, disse nesta sexta-feira que o mês de junho foi “extremamente positivo” para os mercados e emissão de dívidas.

    “Observamos aumento do apetite por risco após a resolução do impasse do teto da dívida nos Estados Unidos, o que beneficiou os mercados em geral e os emergentes também”, afirmou.

    A avaliação de Lobarinhas é de que a curva de juros locais também se beneficiou do otimismo no mercado externo. “Mais do que isso, se beneficiou de fatores domésticos. Na ponta curta, revisão baixista na expectativa de inflação.

    E na longa, por fatores estruturais, como a melhora da nota de crédito do Brasil e pelo avanço da agenda econômica do governo no Congresso, especialmente a votação do arcabouço fiscal no Senado e a votação da PEC da reforma tributária”, disse.

    Roberto Lobarinhas disse, ainda, que o bom momento do mercado no mês de junho também se refletiu no volume de emissões pelo Tesouro.

    O coordenador destacou que mais de 50% das emissões de junho foram de títulos prefixados, que somaram a segunda maior emissão de 2023.

    “Em junho, tivemos a maior emissão líquida desde dezembro de 2020, que contribui para diminuir o resgate líquido”, afirmou.

    Em junho, as emissões da DPF somaram R$ 151,31 bilhões e os resgates totalizaram R$ 7,10 bilhões.

    Na DPMFi, foram emitidos R$ 87,52 bilhões de títulos prefixados, R$ 35,68 bilhões de flutuantes e R$ 27,90 bilhões de índice de preços.

    Já a emissão líquida da DPF em junho somou R$ 144,21 bilhões. No ano, há acúmulo de resgate líquido de R$ 56,66 bilhões.

    Volatilidade internacional

    Lobarinhas, observou que o mês de julho está marcado por bastante volatilidade no mercado de títulos de dívida dos Estados Unidos (Treasuries), e que esse movimento internacional aumentou a inclinação da curva doméstica de juros neste mês.

    O Tesouro ressaltou que julho foi marcado por um processo de correção dos mercados, em que investidores realizaram parte dos ganhos recentes e ajustaram suas expectativas em relação à condução da política monetária dos Estados Unidos.

    Além de refletir a volatilidade no exterior, a curva de juros local também ganhou inclinação em função da expectativa sobre o cenário inflacionário local.