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    Discutir política monetária não é afrontar a autoridade monetária, diz Haddad em evento com Campos Neto

    Ministro disse ainda que conversará com Simone Tebet e Geraldo Alckmin antes de levar “debate” sobre a meta de inflação a Lula

    Ministro Fernando Haddad voltou a defender uma “meta de inflação contínua” e a criticar a referência no ano-calendário
    Ministro Fernando Haddad voltou a defender uma “meta de inflação contínua” e a criticar a referência no ano-calendário José Cruz/Agência Brasil

    Danilo MoliternoAnne Barbosada CNN São Paulo

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (19) que “discutir política monetária não é afrontar a autoridade monetária”. O petista participou do High-Level Seminar on Central Banking, evento promovido pelo Banco Central que reúne autoridades monetárias do Brasil e de outros países em São Paulo, ao lado do presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

    “Discutir política monetária não é afrontar a autoridade monetária, muito pelo contrário. Todos que estão nesta sala, nos assistindo, sabem que temos o mesmo objetivo. As políticas fiscal e monetária são dois braços do mesmo organismo, têm que trabalhar em harmonia”, disse.

    Haddad disse ainda que vem conversando diuturnamente com Campos Neto de “maneira cordial” a fim de “criar um novo espaço institucional”. Ele destacou o fato de ser o primeiro ministro da Fazenda a assumir o cargo com um presidente do BC indicado pelo governo anterior.

    No evento, Haddad voltou a afirmar que há espaço pra começar um ciclo de corte na taxa de juros, mas que isso depende do Banco Central.

    Após discursar na abertura de painel do evento, Haddad conversou com jornalistas. O ministro voltou a defender uma “meta de inflação contínua” e a criticar a referência no ano-calendário.

    Ele disse, contudo, que ainda deve debater o tema com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, antes de levá-lo a Luiz Inácio Lula da Silva. A alteração necessariamente passaria por um decreto presidencial.

    “O decreto não é meu [para possibilitar alteração da meta], é um decreto presidencial. Eu tenho que levar à consideração do presidente e não vou fazer isso sem conversar com a ministra Simone e com o vice-presidente da República”, disse.

    O evento conta ainda com painéis com o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, essa em participação gravada.

    Em inglês, Campos Neto mediou a conversa com autoridades do Peru, Chile, Colômbia e Canadá, e para encerrar falou que é preciso investir em reformas.

    “Muito se fala em taxa de juros, mas precisamos de reformas estruturais. Não fazemos muito isso”, disse.