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    Dirigente do Fed espera alta de 0,25 p.p. nos juros, mas está aberto a 0,5 p.p.

    Patrick Harker seguiu tão mais duro contra a inflação que seus colegas na autarquia passaram a usar, aumentando apostas em alta maior dos juros

    Novos lockdowns na China e guerra na Ucrânia foram citados por dirigente do Fed como ameaças inflacionárias
    Novos lockdowns na China e guerra na Ucrânia foram citados por dirigente do Fed como ameaças inflacionárias Jonathan Ernst/Reuters

    Howard Schneiderda Reuters

    O presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, disse nesta terça-feira (29) que é a favor de uma série “metódica” de elevações de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos, mas está aberto a ajustes maiores, de 0,5 ponto percentual, se a inflação não mostrar sinais de arrefecimento em breve.

    “Apontei sete… aumentos de 25 pontos-base para este ano”, o que inclui o aprovado na reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos em 15 a 16 de março, afirmou Harker em comentários ao Centro de Estabilidade Financeira em Nova York.

    Se não houver melhora nos dados de inflação, “estou aberto a enviar um sinal forte com um aumento de 50 pontos-base na próxima reunião”, disse Harker.

    Ele acrescentou que novas restrições contra o coronavírus na China podem prejudicar cadeias globais de suprimentos e adicionar pressão inflacionária além da gerada pela guerra na Ucrânia e por outros fatores.

    Os comentários de Harker o colocam entre os cinco formuladores de política monetária que avaliam a taxa de juros do Fed em alta, para uma faixa entre 1,75% e 2% este ano, o que também é a projeção mediana de todos as autoridades do banco central na reunião de março.

    O que Harker vê como um movimento “deliberado e metódico” mais alto nessa taxa básica começou em 16 de março, quando o Fed a elevou em 25 pontos-base, afastando-se da taxa em quase zero estabelecida para limitar os danos econômicos da pandemia.

    Desde então, as autoridades adotaram um tom ainda mais “hawkish” (duro contra a inflação), com comentários do chefe do banco central, Jerome Powell, e outros que apontaram para um aumento de 0,5 ponto percentual na reunião do Fed de 3 a 4 de maio.

    Harker disse sentir que o banco central deveria ter cuidado para não se mover rápido demais e não quer “pisar no freio” da atual expansão econômica.

    Mas ele também afirmou que o Fed precisa subir os juros “o mais rápido possível” para um nível neutro, que estimou em cerca de 2,5%, e apertar ainda mais as condições financeiras, ao começar a reduzir o balanço de quase US$ 9 trilhões do banco central “mais cedo do que mais tarde”. 

    Um plano para diminuir as posições do Fed em Treasuries e títulos lastreados em hipotecas pode ser anunciado logo após a reunião de política monetária de 3 a 4 de maio.

    Harker disse que reduções mensais constantes podem representar o equivalente a duas elevações adicionais de 0,25 ponto percentual.

    Ele também deixou de lado sinais vindos de alguns cantos do mercado de títulos de que altas agressivas do Fed podem levar a uma recessão.

    A diferença entre os rendimentos dos Treasuries de 10 e dois anos nesta terça-feira estava próximo de zero. Quando ela cai para abaixo de zero, como ocorreu depois da fala de Harker, ha a indicação de alguma perda de fé entre investidores no crescimento econômico futuro.

    Muitas autoridades do banco central, e pesquisas recentes do Fed, contestaram a “inversão” do mercado de títulos como um aviso de recessão, particularmente em uma época em que todas as taxas de juros estão baixas.

    O dirigente do Fed disse ver a atual estrutura de spreads de títulos como apenas um sinal de mercado, e não necessariamente um definidor.

    “Como formulador de política monetária, tenho que olhar para a combinação de todos esses números e apresentar um caminho pragmático de política monetária e não baseá-lo em um único número”, disse ele.