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    Desligamento do emprego por morte salta 71% no 1º trimestre em relação a 2020

    Levantamento do Dieese checou contratos encerrados no 1º tri; entre médicos número triplicou e, entre professores e enfermeiros, dobrou

    Aluno em escola no Rio.
    Aluno em escola no Rio. Foto: Daniel Resende/Enquadrar/Estadão Conteúdo (24.fev.2021)

    Juliana Elias, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O Brasil registrou um total de 22,6 mil contratos de emprego formais encerrados por causa do falecimento do funcionário no primeiro trimestre deste ano. O número foi maior do que em qualquer outro trimestre do ano passado e representa um crescimento de 71,6% em relação ao primeiro trimestre de 2020, o último antes de a pandemia de coronavírus chegar e se instalar no país. 

    A confirmação do primeiro caso da doença no país aconteceu em 26 de fevereiro do ano passado e da primeira morte, em 16 de março. O salto nos desligamentos por morte, no início deste ano, aconteceu em um momento em que o país viu os números de casos e óbitos por coronavírus dispararem e registrarem alguns dos meses mais letais da pandemia no Brasil, recordes que só seriam superados depois, em abril.  

    As informações fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, e foram compiladas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Elas consideram apenas os contratos de emprego com carteira assinada.

    O aumento nos desligamentos por morte foi generalizado entre as profissões: de 19 grandes atividades verificadas, 16 viram aumento de mais de 50%, considerados os números do primeiro trimestre deste ano e os do ano passado.

    Altas na saúde e na educação

    Na educação (+107%), nas atividades financeiras, como bancos e seguradoras (+115%), no setor de informação e telecomunicação (+124%) e no de eletricidade e gás (+142%), os registros mais que dobraram. O menor aumento, de 18%, foi no setor de alojamento e alimentação, onde ficam bares, restaurantes e hotéis, por exemplo. 

    Nas atividades ligadas à saúde e serviços sociais, o avanço médio foi de 72%, mas, quando consideradas apenas as profissões ligadas à saúde, os números dão um salto: as mortes entre enfermeiros mais que dobraram (+116%) e, entre os médicos, triplicaram (+204%).

    Regionalmente, os piores números vieram do Amazonas, primeiro estado que, no início deste ano, agonizou com a avalanche de internações sobre os hospitais, a falta de leitos e a escassez de suprimentos básicos, como oxigênio. 

    Lá, os desligamentos do emprego por morte cresceram 437%, ou mais que o quíntuplo de um ano antes. Seguintes da lista, Roraima viu uma alta de 178% e, Rondônia, de 169%.