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    Deputado entra com Ação Popular contra presidência de João Fukunaga na Previ

    Leonardo Siqueira (NOVO-SP) afirmou que Fukunaga não possui qualificações técnicas para gerir o fundo

    Pedro Zanattada CNN , em São Paulo

    O deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP) entrou com uma Ação Popular para suspender a indicação de João Luiz Fukunaga para a presidência da Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil (BB), maior fundo de previdência da América Latina, com ativos na ordem de R$ 250 bilhões.

    À CNN, Siqueira afirmou que Fukunaga não possui qualificações técnicas para gerir o fundo responsável pela previdência dos funcionários do BB. Segundo ele, esse é a principal justificativa para ter entrado com a Ação Popular.

    “Apresentamos uma Ação Popular. A justificativa é por se tratar de um dos maiores fundos de pensão da América Latina. Qualquer pessoa que tenha um fundo desse na mão tem de ter qualificação técnica para gerir”, disse.

    O deputado destacou que o indicado possui um histórico sindicalista e teme que decisões políticas sejam tomadas durante sua administração.

    “Vimos em 2015, durante o governo Dilma, quando os fundos foram utilizados de forma politica, vimos o prejuízo que deu. E, quando tem prejuízo, vc precisa descontar mais nos salários para recompor essa perda. Nosso receio é colocar alguém sem experiência que provavelmente vai tomar decisões políticas e causar rombos. Quem vai pagar o cidadão”, afirmou Siqueira.

    Confira argumentação do deputado Leonardo Siqueira (Novo-SP) na ação:

    Trecho Ação Popular contra presidência de João Fukunaga na Previ
    Reprodução

     

    Procurado pela CNN, o Previ afirmou que não recebeu nenhuma notificação de Ação Popular e defendeu que a indicação passou pelos ritos de governança.

    “Ressaltamos que a indicação do presidente da Previ transitou por todos os ritos de governança, inclusive com decisões colegiadas, inicialmente no patrocinador, BB, e depois pelos ritos de governança da Previ e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar, a Previc. A habilitação de João Fukunaga pela Previc dentro dos prazos previstos atesta o cumprimento de todas as exigências regulatórias para sua posse e comprova a conformidade exigida para o exercício do cargo”, diz a nota.

    O Banco do Brasil também foi procurado, e reforçou a defesa do processo de indicação de Fukunaga e a aprovação de seu nome por meio de decisões colegiadas.

    “O Banco do Brasil informa que a indicação de João Luiz Fukunaga foi aprovada pelos ritos de governança, com decisões colegiadas, tanto no BB, como na Previ, atendendo a todas as exigências previstas nos processos de Elegibilidade de ambas instituições. A indicação também obteve aprovação da Previc, órgão regulador das entidades de previdência complementar”, diz o banco em nota.

    A CNN entrou em contato com João Luiz Fukunaga e aguarda retorno. O texto será atualizado assim que houver resposta.

    TCU deve ser acionado

    Associações de aposentados planejam acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) para que a corte analise a nomeação do sindicalista João Fukunaga para a presidência da Previ. Deputados federais ligados aos aposentados também planejam acionar a corte.

    Nos bastidores, Fukunaga tem sido criticado por funcionários do banco por não ter experiência em gestão. Ele é formado em história pela PUC-SP.

    A Previ gere os planos de aposentadoria dos funcionários e tem ativos na ordem de R$ 250 bilhões. Há receio de que o fundo possa novamente fazer investimentos que deem prejuízo, como os que foram feitos no passado na empresa de sondas de petróleo Sete Brasil.

    CNN apurou que sua nomeação teve apoio tanto da cúpula do BB, em especial da presidente Tarciana Medeiros, e do vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial, José Sasseron, ambos ligados ao movimento sindical dos bancários. As duas principais entidades sindicais do setor, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região também apoiaram o nome de Fukunaga.

    A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) aprovou o nome de Fukunaga em tempo considerado recorde por funcionários do banco.

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