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    Depósitos na poupança superam saques em valor recorde de R$ 30,4 bi em abril

    Brasileiros fizeram mais depósitos do que saques na caderneta de poupança no mês passado, em meio à crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19

    Foto: Marcos Santos/USP Imagens (04.07.2013)

    Do CNN Brasil Business*, em São Paulo

    As famílias brasileiras fizeram mais depósitos do que saques na caderneta de poupança no mês passado, em meio à crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19. Em abril, os depósitos líquidos somaram R$ 30,459 bilhões, o maior volume de depósitos líquidos em um único mês em toda a série histórica do Banco Central (BC), iniciada em janeiro de 1995.

    O mês de abril também foi o segundo consecutivo em que houve registro de depósitos líquidos. Em março, quando a pandemia do novo coronavírus fez com que o isolamento social se intensificasse, com reflexos sobre a atividade econômica, as famílias já haviam depositado R$ 12,169 bilhões líquidos na poupança.

    Esta corrida para a caderneta é justificada pela postura das famílias em relação à crise e pelas ações do governo para manter a renda da população.

    Na noite de ontem, o Banco Central já havia citado, por meio do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que existe o risco de que a pandemia aumente a “poupança precacional” no Brasil. Em outras palavras, o BC vê o risco de que as famílias, com medo do desemprego e da redução da renda, aumentem depósitos em aplicações como a caderneta de poupança, para formar um “colchão” em caso de emergências. Isso é visto com ressalvas, porque mais dinheiro na poupança significa menos consumo – e ainda mais dificuldades para as empresas brasileiras.

    Outro fator que contribuiu para o aumento dos depósitos na poupança foi o início do pagamento do auxílio emergencial à população de baixa renda, no valor de R$ 600. É de se esperar que parte dos depósitos, que começaram a ser feitos em 9 de abril, siga depositado na caderneta de poupança.

    Os dados de abril mostram que os depósitos brutos na caderneta foram de R$ 215,364 bilhões, enquanto os saques atingiram R$ 184 905 bilhões. Com isso, chegou-se à captação líquida de R$ 30,459 bilhões. Considerando o rendimento de

    R$ 2,284 bilhões de abril, o saldo total da poupança atingiu R$ 881,662 bilhões no mês passado. Em 2020 até abril, a poupança acumula depósitos líquidos de R$ 26,700 bilhões.

    Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic. A Selic, por sua vez, está em 3,00% ao ano, no menor patamar da história.

    Esta regra de remuneração vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).

    *Com informações do Estadão Conteúdo