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    Depois de aumento dos combustíveis, Órama e Warren revisam para cima projeção de inflação

    Petrobras anunciou nesta terça-feira (15) reajuste de 16,3% no preço da gasolina nas distribuidoras; diesel ficará 25,8% mais caro e impacto na inflação fica na casa de 0,4 ponto

    Diego Mendesda CNN , São Paulo

    O mercado financeiro já iniciou a revisão de suas projeções para a inflação de 2023 depois que a Petrobras anunciou um aumento no preço da gasolina e do diesel nas distribuidoras a partir desta quarta-feira (16).

    O impacto total estimado para o Índice de Preço do Consumidor Amplo, o IPCA, segundo os cálculos de Andréa Angelo, estrategista de inflação Warren Rena, é de uma alta de 0,31 ponto porcentual distribuído apenas na inflação dos meses de agosto (0,08 ponto percentual) e setembro (0,23 ponto percentual).

    Com isso, a projeção para o fim de 2023, que estava em 4,6%, fica agora em 5%.

    “O efeito estimado total, levando em consideração gasolina, etanol e diesel, é de 0,4 ponto percentual na inflação de 2023”, aponta a economista.

    Para o IPCA de agosto, a projeção de Angelo, que estava em 0,2%, sobe para 0,3%. Para setembro, sobe de 0,4% para 0,68%.

    Outra casa que revisou sua estimativa de inflação foi a Órama. Segundo Alexandre Espirito Santo, economista-chefe, o efeito no IPCA será dividido entre o mês de agosto, com uma alta de 0,13 ponto percentual, que passa a 0,36%, e de setembro com alta de 0,25 ponto percentual, indo a 0,57%.

    “Estes cálculos elevam a nossa projeção da inflação para 2023 de 4,8% para 5,1%, uma alta de 0,38 ponto percentual”.

    Reajuste da Petrobras

    A Petrobras anunciou nesta terça-feira (15) um aumento no preço de venda às distribuidoras da gasolina, em R$ 0,41 por litro, passando para R$ 2,93, uma alta de 16,3%. Além disso, foi anunciado também a elevação do preço do diesel em R$ 0,78, passando a R$ 3,80 por litro — o equivalente a 25,8%.

    A Petrobras informou em nota que, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba.

    No ano, a variação acumulada do preço de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,15 por litro.

    Para o diesel, considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba.

    No ano, a variação acumulada do preço de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,69 por litro.

    Ainda em comunicado, a empresa destaca que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.

    “Importante esclarecer que a implementação da estratégia comercial, em substituição à política de preços anterior, incorporou parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação”, afirma o texto.

    De acordo com a companhia, em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes.

    “No entanto, a consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e estando a Petrobras no limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares, torna necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, dentro dos parâmetros da estratégia comercial, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras”, justifica a empresa.

    A companhia reitera, também, que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente, já que é “ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira”.

    Veja também: mesmo com alta defasagem, Petrobras segura preços

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