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    Deflação favorece mais as famílias de baixa renda, diz Fecomercio

    Custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo recuou 0,09% no mês passado

    Preços no varejo recuaram a uma média de 0,79%
    Preços no varejo recuaram a uma média de 0,79% REUTERS/Agustin Marcarian

    Eduardo Laguna, do Estadão Conteúdo

    A deflação de junho aliviou mais o orçamento das famílias de baixa renda, conforme mostra uma análise das variações do custo de vida por classe social na Grande São Paulo feita pela FecomercioSP, entidade que representa os setores de comércio e serviços.

    Enquanto os preços dos produtos consumidos pela classe E tiveram, na média, queda de 0,23%, a deflação na Classe A foi de 0,15%.

    A queda de preços aconteceu porque a deflação foi puxada pelos itens que têm maior peso nos gastos das famílias de baixa renda, em especial alimentos e bebidas.

    Já os preços dos serviços, como aluguel, condomínio e passagens aéreas – que são, em geral, despesas de famílias de renda mais alta – subiram em junho.

    Quando consideradas todas as classes sociais, o custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo recuou 0,09% em junho, conforme índice elaborado pela FecomercioSP com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Em 12 meses até junho, o custo de vida na Grande São Paulo mostra alta de 3,26%, com a inflação da classe E, de 2,33%, também subindo menos do que nas classes B e A, de 3,89% e 4,49%, respectivamente.

    Variação por categoria

    Conforme o levantamento, houve no mês passado queda média de 0,79% nos preços do varejo. Na direção oposta, com o impacto da alta das passagens aéreas, os preços dos serviços na região subiram 0,63%, impedindo uma deflação maior.

    Só no grupo de alimentos e bebidas, os preços caíram, em média, 0,33%, dando a maior contribuição ao desempenho geral, com destaque para as quedas de óleos e gorduras (-6,16%), frutas (-2,73%) e carnes (-1,18%), em decorrência do aumento da produção e da safra recorde deste ano.

    A correção nos medicamentos, após meses de grande aumento nos preços, também contribuiu para aliviar o bolso das famílias de renda mais baixa.

    No grupo de saúde, a deflação em junho foi de 0,47%, incluindo uma queda de 3% nos preços de anti-inflamatórios.

    No acumulado em 12 meses, porém, os produtos desse grupo ainda mostram inflação de 9,97%, a mais alta entre as nove categorias analisadas.

    Já entre as maiores altas do mês passado, o grupo habitação registrou inflação de 0,59% em junho, com pressões vindas do aumento no condomínio (2,9%), no aluguel residencial (1,3%) e na taxa de água e esgoto (3,2%).

    Os descontos patrocinados pelo governo nos automóveis levaram a uma redução de 2,5% no preço dos carros novos vendidos nas concessionárias da Grande São Paulo. Em paralelo, os preços da gasolina e do etanol recuaram 0,8% e 5,2%, respectivamente. As passagens aéreas, porém, subiram 11,3%, limitando a 0,08% a deflação no grupo de transportes em junho.

    Posição da Fecomercio

    A assessoria econômica da FecomercioSP não vê pressões inflacionárias no médio e longo prazo, dada a regularidade climática, o aumento da produção agropecuária interna e a redução nas cotações das commodities.

    Com a ajuda do mercado de trabalho aquecido, a inflação mais controlada tende a aumentar o poder de compra, além de contribuir à redução da inadimplência, favorecendo assim o crédito e, por extensão, as vendas no comércio, avalia a entidade.

    A inflação nos serviços é vista pela FecomercioSP como pontual, por ter sido puxada essencialmente por passagens aéreas e gastos no domicílio.

    “Portanto, com inflação baixa, mais emprego e corte de juros, está se criando um cenário muito favorável para a aceleração do crescimento econômico e melhores condições econômicas para as famílias da região”, comenta a entidade em seu boletim mensal de preços.