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    Déficit em conta corrente do Brasil chega a US$ 230 milhões em outubro, diz BC

    Levantamento também mostra que os investimentos diretos no país (IDP) caíram em outubro, somando ingressos líquidos de US$3,3 bilhões, ante US$5,8 bilhões no mesmo mês do ano passado

    No acumulado de 12 meses, o déficit é de US$ 34 bilhões, equivalente a 1,62% do Produto Interno Bruto
    No acumulado de 12 meses, o déficit é de US$ 34 bilhões, equivalente a 1,62% do Produto Interno Bruto Casa da Moeda/Facebook/Reprodução

    Cristiane Nobertoda CNN Brasília

    O Banco Central registrou déficit de US$ 230 milhões nas transações correntes do Brasil em outubro de 2023. É o menor resultado para o mês desde 2006, segundo a autoridade monetária. O valor ainda é 97% menor que o registrado no mesmo mês no ano passado, quando o déficit foi de US$ 5,8 bilhões.

    No acumulado de 12 meses, o déficit é de US$ 34 bilhões, equivalente a 1,62% do Produto Interno Bruto (PIB). Os números estão no documento “Estatísticas do Setor Externo”, divulgado pelo BC nesta segunda-feira (4).

    Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o resultado foi puxado especialmente pela balança comercial, que registrou superávit de US$ 7,4 bilhões em outubro de 2023, ante saldo positivo de US$ 2 bilhões em outubro de 2022.

    Os números do BC diferem dos divulgados na semana passada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Para o governo, houve superávit de US$ 8,959 bilhões em outubro.

    Fernando Rocha explicou que a divergência se dá pela metodologia de cálculos entre o BC e a Secex. Enquanto o Mdic segue um método internacional sobre transferências de produtos físicos entre fronteiras, no BC os cálculos são feitos com relação à transferência entre contas.

    Os dados do BC mostram que as exportações de bens totalizaram US$ 29,7 bilhões, um aumento de 7,6% na comparação interanual. Um dos fatores que contribuíram para o resultado positivo da balança comercial foi a queda nas importações de bens, que recuaram 12,7%, na mesma base de comparação, totalizando US$ 22,3 bilhões.

    O especialista ainda disse que houve uma quebra metodológica em janeiro que separou pagamentos de jogos e apostas virtuais.

    “Essa informação que foi destacada por um fato de natureza específico, também estava misturada com as operações facilitadoras de pagamento, a gente não conseguia distinguir pagamento ou importação. Neste mês de outubro parece que o desempenho foi mais fraco, mas é importante ver também a quebra metodológica na série”, explicou em coletiva de imprensa realizada nesta segunda.

    O levantamento também mostra que os investimentos diretos no país (IDP) caíram em outubro, somando ingressos líquidos de US$3,3 bilhões, ante US$5,8 bilhões no mesmo mês do ano passado.

    No acumulado em 12 meses totalizou US$57,5 bilhões (2,74% do PIB) em outubro de 2023, ante US$60 bilhões (2,89% do PIB) no mês anterior e US$74,5 bilhões (3,99% do PIB) em outubro de 2022.

    A autoridade monetária também registrou aumento nos investimentos em carteira no mercado brasileiro, totalizando ingressos líquidos de US$2,1 bilhões em outubro de 2023, compostos por ingressos líquidos de US$500 milhões em ações e fundos de investimento e de US$1,6 bilhão em títulos de dívida.

    De acordo com o BC, no acumulado de 12 meses, até outubro, a carteira de investimento somou ingressos líquidos de US$14,7 bilhões.

    Viagens para o exterior

    Fernando Rocha ainda destacou que as viagens estão em ritmo de recuperação. As despesas líquidas de brasileiros com viagens internacionais alcançaram US$679 milhões, aumento de 3,9% em relação a outubro de 2022.

    Em outubro, os gastos de turistas estrangeiros aumentaram no Brasil 57,2%, atingindo US$ 650 milhões, sendo o maior valor para o mês na série histórica iniciada em 1995. e de 24,6% nas despesas (para US$1,3 bilhão).

    “As viagens ainda não se recuperaram, mas as receitas estão em valores recordes. Isso quer dizer que os turistas no país já superaram a pandemia e superam o pré-pandemia. Por outro lado, as despesas dos brasileiros no exterior ainda estão um pouco baixas. Estão igualando ou quase igualando os montantes pré-pandemia. O país está recebendo mais turistas estrangeiros e contribuindo para os recordes”, afirmou.