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    Dados da balança de fevereiro ainda não refletem conflito na Ucrânia

    De acordo com o Ministério da Economia, não houve tempo ainda para ter qualquer efeito direto do conflito nas importações e exportações brasileiras

    Lorenna Rodrigues, do Estadão Conteúdo

    Os dados do comércio exterior brasileiro divulgados nesta quinta-feira (3) pelo Ministério da Economia ainda não refletem possíveis impactos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

    O subsecretário de Inteligência e Estatística da Secretária de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, explicou que as importações do país chegam ao Brasil em cerca de 20 dias e, portanto, os bens internalizados em fevereiro foram embarcados antes do conflito.

    Também a exportação, que é contabilizada aqui ao deixar o país, demora para chegar até o leste europeu e ainda não reflete a instabilidade na região.

    “Não houve tempo ainda para ter qualquer efeito direto do conflito nas importações brasileiras”, afirmou Brandão.

    Em entrevista coletiva, ele evitou fazer previsões de como o comércio exterior brasileiro será impactado pela guerra. “Incertezas ainda são muito grandes. Temos que esperar mais um pouco antes de ter certeza de como isso vai se desenrolar”, disse.

    Brandão ressaltou que o comércio direto com a Rússia e a Ucrânia é relativamente pequeno – foi de US$ 7,7 bi em 2021, apenas 1,5% do total.

    Fertilizantes

    Ele disse ainda que não é esperado um impacto de “curto prazo” na importação de fertilizantes por conta da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Adubos e fertilizantes foram os principais produtos comprados do Brasil do exterior em 2021 e a Rússia é o principal fornecedor brasileiro.

    Brandão explicou que os contratos já estavam fechados e já foram embarcados produtos que ainda estão chegando no País, já que o transporte da Rússia para o Brasil dura em média 20 dias.

    “A Importação de adubos e fertilizantes tem sido importante nos últimos meses. Não se espera impacto no curto prazo na importação de fertilizantes por conta do conflito”, disse.

    Em fevereiro, o volume de compras de fertilizantes (exceto brutos) e adubos caiu 7,1%. “Queda ainda não tem relação com conflito”, completou Brandão.

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