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    Crescimento liderado pela China pode ajudar ativos emergentes, diz especialista

    Mas estrategistas dizem que semanas de volatilidade nos mercados globais podem derrubar economias mais vulneráveis

    Pessoas caminham na principal zona comercial de Xangai
    Pessoas caminham na principal zona comercial de Xangai Reuters/Aly Song

    Por Duncan Miriri, da Reuters

    O crescimento mais forte dos mercados emergentes, liderado pela China, provavelmente protegerá as ações, títulos e moedas de muitos países em desenvolvimento, enquanto os mercados nos Estados Unidos e na Europa são afetados pela turbulência bancária.

    Mas semanas de volatilidade nos mercados globais, estimuladas por falências de bancos, resgates e assistência emergencial de governos, podem derrubar economias emergentes vulneráveis, disseram estrategistas, exigindo escolhas cuidadosas.

    “O prêmio de crescimento em favor dos mercados emergentes impulsionado pela China está claramente ainda mais confirmado”, disse Alessia Berardi, chefe de pesquisa de mercados emergentes da Amundi, maior gestora de ativos da Europa, à Reuters.

    Analistas esperam que altas taxas de juros, inflação e estresse entre algumas instituições financeiras diminuam o crescimento em mercados desenvolvidos como os Estados Unidos.

    O Federal Reserve elevou os juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, mas sinalizou que pode interromper os aumentos e alguns analistas esperam que corte as taxas ainda este ano, à medida que a economia desacelera.

    Jonny Goulden, chefe de mercados emergentes locais e estratégia de dívida soberana do JPMorgan, observou que o prêmio de risco nos títulos de mercados emergentes aumentou em meio às pressões mais amplas, mas as consequências até agora foram limitadas.

    “Como os retornos de renda fixa foram amortecidos pelos mercados de juros que precificavam cortes pelo Fed no final do ano, os mercados emergentes tiveram poucos sinais de estresse real”, disse Goulden em nota aos clientes.

    Muitos dos principais bancos centrais do mundo estão contemplando abertamente o fim antecipado dos aumentos de juros, principalmente por causa da recente turbulência financeira.

    Isso poderia abrir caminho para as autoridades de mercados emergentes começarem a reduzir as taxas de juros, apoiando o crescimento.

    A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, mudou para uma classificação “overweight” da dívida local de mercados emergentes na semana passada, de “neutra” anteriormente.

    “Preferimos renda em dívidas de mercados emergentes com bancos centrais mais próximos de cortes de juros do que mercados desenvolvidos, mesmo com riscos cambiais potenciais”, afirmou em nota de pesquisa.

    Valuations atraentes de dívidas locais no Brasil, Colômbia, Peru e México oferecem boas oportunidades nos próximos seis meses, disse Berardi, da Amundi, enquanto as moedas exigem mais cautela.