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    Crescimento da China vai desacelerar drasticamente em 2022, diz Banco Mundial

    Banco Mundial espera que o PIB da China cresça 8% em 2021 em comparação com um ano atrás

    O crescimento econômico da China desacelerará drasticamente em 2022, de acordo com o Banco Mundial
    O crescimento econômico da China desacelerará drasticamente em 2022, de acordo com o Banco Mundial Feature China/Future Publishing/Getty Images

    Laura Hedo CNN Business

    O Banco Mundial cortou suas previsões de crescimento econômico da China para este ano e o próximo no momento em que a segunda maior economia do mundo enfrenta ventos contrários por causa da nova variante Ômicron do coronavírus e sofre uma severa desaceleração do setor imobiliário.

    O banco agora espera que o PIB da China cresça 8% em 2021 em comparação com um ano atrás, abaixo de suas previsões anteriores. Em outubro, o Banco Mundial esperava que a China crescesse 8,1% este ano. Em junho, projetava crescimento de 8,5%.

    Além disso, o Banco Mundial também cortou sua previsão de 2022 de 5,4% para 5,1%, o que marcaria o segundo ritmo mais lento de crescimento da China desde 1990 – quando a economia do país cresceu 3,9% após sanções internacionais relacionadas ao massacre da Praça Tiananmen em 1989. A economia da China cresceu 2,2% em 2020.

    “Os riscos de baixa para as perspectivas econômicas da China aumentaram”, escreveu o Banco Mundial na quarta-feira (22) em seu último relatório sobre a economia chinesa.

    Novos surtos domésticos de Covid-19, incluindo o da variante Ômicron, podem levar a restrições mais “amplas e duradouras” e causar mais interrupções na atividade econômica, disse o relatório.

    Além disso, “uma desaceleração severa e prolongada” no setor imobiliário altamente alavancado pode ter repercussões significativas em toda a economia.

    A China foi a única grande economia a registrar crescimento em 2020, mas em 2021 ela tem lidado com muitas ameaças à sua expansão, incluindo restrições relacionadas à pandemia, uma crise de energia e uma repressão sem precedentes às empresas privadas.

    A pressão regulatória ampla que durou um ano nos setores tecnologia, educação e entretenimento abalou o valor das ações. O movimento também gerou demissões em massa entre muitas empresas, pressionando o setor de empregos em plena recuperação da pandemia.

    Outras regulamentações sobre empresas imobiliárias que começaram no ano passado pesaram sobre os grandes incorporadores que já tinham dívidas demais. O mercado imobiliário (que responde por quase um terço do PIB da China) está agora em uma queda cada vez maior, com grandes players à beira do colapso.

    As crescentes dores de cabeça econômicas fizeram o governo da China reconsiderar sua abordagem política. Durante uma importante reunião econômica no início deste mês, o presidente chinês Xi Jinping e outros líderes marcaram a “estabilidade” como sua prioridade máxima para 2022. É uma grande virada em relação à reunião do ano passado, quando “conter a expansão desordenada do capital” era a ordem do dia.

    Desde então, as autoridades intensificaram os esforços para impulsionar a economia – o Banco do Povo da China (equivalente ao banco central) cortou na segunda-feira (20) sua principal taxa de juros pela primeira vez em 20 meses, na esperança de reduzir os custos de empréstimos para famílias e empresas e, por sua vez, incentivar os gastos e investimentos dos consumidores.

    Na semana anterior, o banco central também reduziu o coeficiente de exigência de reserva para a maioria dos bancos em meio ponto percentual. Espera-se que essa medida libere cerca de 1,2 trilhão de yuans (cerca de R$ 1,080 trilhão) para empréstimos para empresas e famílias.

    Embora as autoridades chinesas devam estar prontas para aliviar a política fiscal e fornecer liquidez para conter os riscos de contágio de incorporadores em dificuldades, o Banco Mundial argumenta que o manual tradicional de impulsionar o crescimento por meio de infraestrutura e investimento imobiliário está “esgotado”.

    “Para alcançar um crescimento de qualidade no médio prazo, a China precisará reequilibrar sua economia em várias dimensões”, disse o documento.

    Isso inclui esforços para tornar a China uma economia orientada para o consumo e os serviços, permitir que os mercados e o setor privado – em vez da liderança e regulamentação do Estado – desempenhem um papel mais importante, e trabalhar na transição de uma economia de alta para uma de baixo carbono.

    “Lidar com as distorções nos mercados de fatores e maior abertura do setor de serviços protegidos não só apoiaria a mudança para um crescimento mais liderado pelo setor privado, mas também encorajaria o reequilíbrio para empregos de serviços de maior valor”, opinou Ibrahim Chowdhury, economista-chefe interino do Banco Mundial para China, no comunicado.

    Para apoiar o reequilíbrio, o banco sugeriu que a China conduzisse reformas fiscais para criar um sistema tributário mais progressivo e impulsionar as redes de segurança social, encorajar o uso mais amplo da precificação do carbono e promover o desenvolvimento de instrumentos de financiamento verdes.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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