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    Cortes em massa da Meta levantam questões sobre estratégia na gestão de Zuckerberg

    Empresa tem lutado contra alguns dos ventos contrários mais severos do Vale do Silício

    Oliver Darcyda CNN

    Nova York

    “Um período desafiador.” Foi assim que Mark Zuckerberg descreveu em um memorando como será o futuro próximo para os funcionários da Meta, após anunciar que a outrora impenetrável empresa de mídia social cortará outros 10 mil empregos nos próximos meses.

    Zuckerberg, que está conduzindo uma revisão do negócio enquanto pretende executá-lo em seu chamado “ano de eficiência”, delineou as principais mudanças que serão implementadas em toda a organização.

    Mais importante, do ponto de vista estrutural, Zuckerberg disse que quer achatar a empresa “removendo várias camadas de gerenciamento”.

    “Isso vai ser difícil e não há como evitar”, disse o presidente da Meta em seu memorando, insinuando a dor e a emoção crua que logo envolverão a organização quando a força de trabalho for novamente cortada.

    Os cortes na controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp ocorrem depois que ela demitiu cerca de 11 mil funcionários em novembro, o que na época representava a primeira redução de força de trabalho da empresa. Juntamente com os novos cortes, a Meta cortará cerca de 24% de sua força de trabalho, ou um em cada quatro funcionários, em apenas meio ano.

    Meta, em particular, tem lutado contra alguns dos ventos contrários mais severos do Vale do Silício. A empresa teve que lidar com um setor de publicidade digital cada vez mais enfraquecido em meio a uma turbulência econômica mais ampla, a implacável nova política de privacidade da Apple, o rápido surgimento de tecnologias de inteligência artificial e a ascensão aparentemente imparável do TikTok.

    No entanto, os anúncios de demissões naturalmente fizeram o moral da empresa com sede em Menlo Park despencar. O anúncio mais recente, em particular, deixou os funcionários já ansiosos, angustiados e se perguntando se eles poderiam estar no ponto de desbaste em um futuro próximo.

    Mas Zuckerberg sinalizou que as mudanças radicais são necessárias para sobreviver no que ele caracterizou como uma economia em deterioração que não será curada em breve.

    “Neste ponto, acho que devemos nos preparar para a possibilidade de que essa nova realidade econômica continue por muitos anos”, alertou categoricamente, acrescentando que as perspectivas sombrias exigiram cortes adicionais “para operar com mais eficiência do que nossa redução anterior de pessoal para garantir o sucesso.”

    Um ex-CEO de tecnologia, que pediu para permanecer anônimo para falar abertamente, disse na terça-feira que empresas como Meta, Google, Amazon e Twitter contrataram “quantidades estúpidas de pessoas” nos últimos anos para trabalhar em “projetos científicos”.

    Falando especificamente da Meta, o executivo disse: “Você só quer saber o que essas 100 mil pessoas estão fazendo? O aplicativo não muda muito.”

    “Essas empresas se tornam extremamente lucrativas e os CEOs acham que existem todas essas outras áreas para as quais podem expandir como parte de seu plano de dominação mundial”, comentou. “E então a economia dá uma guinada e todo mundo começa a se preocupar com lucratividade e crescimento.”

    Como resultado, o executivo de tecnologia disse: “Surpreendentemente, não é difícil para essas grandes empresas de tecnologia cortar um expressivo número de pessoas sem afetar o mecanismo de receita subjacente”.

    Por enquanto, os funcionários da Meta terão que esperar um pouco mais para saber como eles e suas equipes serão impactados. Zuckerberg indicou que os cortes de empregos não serão concluídos até o final de maio.

    “Em termos de como devemos operar durante este período, encorajo cada um de vocês a se concentrar no que pode controlar”, aconselhou Zuckerberg. “Ou seja, faça um ótimo trabalho e apoie seus companheiros de equipe. Nossa comunidade é extremamente resiliente.”

    “A mudança nunca é fácil”, acrescentou, “mas sei que vamos superar isso e nos tornar uma empresa ainda mais forte, que pode criar produtos melhores com mais rapidez e permitir que você faça o melhor trabalho de sua carreira”.

    A grande questão daqui para frente é se a Meta pode realmente sair dessa fase dolorosa como uma empresa mais forte – ou, em vez disso, continuará em um declínio lento à medida que seus produtos primários atingem a maturidade, enquanto Zuckerberg persegue a esperança de que um dia sua grande aposta no metaverso se materialize.

    “Você pode abrir caminho para a lucratividade no curto prazo”, disse o ex-CEO de tecnologia. “Mas você não pode abrir caminho para o crescimento. Em algum momento, é como, este é o próximo AOL? E eu não sei quando isso pode acontecer.”

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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