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    Corte no Orçamento deve ser em saúde e educação, diz Ministério da Economia

    Secretário do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse que é natural que bloqueios venham desses ministérios, pois são as pastas de maior orçamento

    Fabrício Juliãodo CNN Brasil BusinessElis BarretoAnna Russi em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília

    O Ministério da Economia anunciou nesta segunda-feira (25) que o bloqueio adicional de R$ 6,73 bilhões deve ser nos Ministérios da Saúde e da Educação.

    Em entrevista coletiva, o secretário do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse que é natural que os bloqueios venham desses ministérios, pois são as pastas de maior orçamento.

    “É natural que tenha tido um contingenciamento em saúde e educação porque o orçamento deles é muito grande. Vamos ver como vai ser esse mês, mas não é uma falta de critérios. No decreto isso vai estar explicito”, declarou o secretário.

    Colnago não deu mais detalhes sobre os projetos e serviços dentro desses ministérios que serão cortados, mas avisou que as respostas virão a partir de um decreto que será publicado, ainda sem data revelada.

    Na última sexta-feira (22), um decreto publicado informava que um bloqueio adicional de R$ 6,73 bilhões deve ser feito no orçamento nesse ano, para que o governo não ultrapasse o teto de gastos.

    Este será o terceiro bloqueio no orçamento anunciado pelo governo neste ano. Em maio, o ministério da Economia já havia informado a necessidade de cortar R$ 9,9 bilhões do orçamento. No entanto, desse total, apenas R$ 5,99 bilhões permaneceram efetivamente bloqueados.

    À CNN, especialistas disseram que o bloqueio pode ser justificado como uma forma de cumprir o teto de gastos, que pode ter sido prejudicado em meio aos novos auxílios do governo.

    “É compreensível, mas não é o ideal cortar [o Orçamento] em áreas sensíveis à população mais vulnerável”, afirmou Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama.

    “É preciso dar um novo norte à questão fiscal brasileira, pois o teto dos gastos foi importante, mas precisamos discutir algo que possa substituí-lo ou aprimorá-lo, caso contrário vamos ficar criando goteiras de tempos em tempos, a não ser que o país cresça mais fortemente e a inflação seja muito baixa”, completou.

    O economista da XP Tiago Sbardelotto avalia o bloqueio como sendo necessário para que o governo cumpra o teto de gastos e fique dentro dos limites da Constituição. Segundo o especialista, o bloqueio decorre de um conjunto de despesas “que não estavam previstas no relatório bimestral e que tiveram que ser incluídas agora com a aprovação de duas medidas no Congresso”.

    A analista de economia da CNN Priscila Yazbek conversou com Murilo Viana, especialista em finanças públicas, que disse que “isso demonstra que o governo deve estar com dificuldade operacional e política para viabilizar esses bloqueios, por isso esses detalhes ainda não vieram e serão especificados em um decreto”.