Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Controle de gastos e foco em clientes rentáveis impulsionam resultados da Cielo, diz empresa

    Credenciadora de cartões reportou alta de 1,5% na receita e de 36% no lucro líquido do primeiro trimestre

    Valor total de pagamentos transacionados pela Cielo cresceu 23,9% no 1º tri
    Valor total de pagamentos transacionados pela Cielo cresceu 23,9% no 1º tri Divulgação

    Juliana Eliasdo CNN Brasil Business*

    em São Paulo

    Uma política de racionalização dos gastos, somada a uma estratégia de concentrar os negócios em varejistas mais rentáveis e de grande porte são algumas das principais razões apontadas pelos executivos da credenciadora de cartões Cielo para os bons resultados vistos no primeiro trimestre de 2022.

    Entre janeiro e março deste ano, a maior empresa de meios de pagamentos eletrônicos do país registrou um lucro líquido recorrente de R$ 184,6 milhões, alta de 35,9% sobre os mesmos meses em 2021.

    O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) registrou expansão de 52,1% no mesmo intervalo, para R$ 711,5 milhões.

    A receita líquida alcançou R$ 2,76 bilhões, alta de 1,5%. Mas, excluindo da conta as receitas da subsidiária Multidisplay, vendida em novembro do ano passado, o crescimento foi de 15,2%.

    “Tivemos contração na base de clientes porque não estamos mais subsidiando equipamentos para o segmento de empreendedores”, disse o diretor-presidente da companhia, Gustavo Sousa, em coletiva de imprensa sobre os resultados na manhã desta quarta-feira (4).

    “Tem concorrência que trabalha muito forte e tem dependência muito grande nisso. Para a gente, essa conta já não fecha.”

    O número de clientes nesse segmento de empreendedores, que é o menor porte de varejistas, caiu de 498 milhões no primeiro trimestre de 2021 para 316 milhões no primeiro trimestre de 2022.

    Ainda assim, o valor total de pagamentos transacionados pela Cielo (TPV, na sigla em inglês) cresceu 23,9% no mesmo período, de R$ 160 bilhões para R$ 198,4 bilhões —o melhor primeiro trimestre da história, de acordo com a companhia.

    Considerados apenas os clientes de maior porte, que são as grandes varejistas, o volume de recursos capturado cresceu 23,6% (de R$ 104 bilhões para R$ 129 bilhões) na comparação com 2020 e, a receita líquida neste grupo deu um salto de 40%.

    “As grandes contas são um segmento que vinha tendo rentabilidade bem baixa no mercado nos últimos anos e, desde 2020, a companhia decidiu fazer um reposicionamento e rentabilização dessas contas. A companhia de fato se propôs a perder clientes sem rentabilidade adequada”, disse o diretor-executivo de finanças (CFO) da Cielo, Filipe Oliveira.

    “Tivemos uma pequena queda na volumetria [valores transacionados], mas ao longo do último ano, alguns desses clientes começaram a voltar. Com isso, tivemos uma recuperação da volumetria e um crescimento da receita acima do da volumetria, mostrando que a margem se recuperou ao longo desse período”, continuou.

    Queda nos custos

    Os gastos totais da Cielo tiveram queda de 0,5% entre o primeiro trimestre de 2021 e o de 2022, de R$ 667 milhões para R$ 664 milhões. “Em um período de inflação a 11%, é um efeito bem significativo”, disse Oliveira.

    “Tivemos queda nas despesas mesmo com um aumento de investimentos na empresa”, afirmou Sousa. “É um trabalho forte de cultura de consciência de gastos dentro da companhia, um questionamento diário de todo e qualquer gasto: com viagens, advogados e negociação com fornecedores.”

    *Com Reuters