Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Contas do Governo Central têm déficit de R$ 73,5 bilhões em junho

    O valor é o segundo pior para o mês em toda a série histórica, iniciada em 1998, perdendo apenas para o ano passado

    Foto: Getty Images/Priscila Zambotto

    Anna Russi, da CNN Brasil, em Brasília

     

    Apesar do bom desempenho da arrecadação federal no mês, as contas do Governo Central registraram déficit primário de R$ 73,553 bilhões em junho de 2021. O valor é o segundo pior para o mês em toda a série histórica, iniciada em 1998, perdendo apenas para o ano passado, quando o resultado foi deficitário em R$ 194,853 bilhões por conta dos impactos da pandemia de Covid-19 na economia brasileira. 

    Para o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, as magnitudes envolvidas no combate à Covid-19, tanto em 2020 como em 2021, têm dificultado as comparações entre os resultados.

    “Este mês, em particular, estamos comparando um forte déficit para os padrões de 2021, com o maior déficit da série histórica que foi o de junho de 2020. Não só temos um junho de 2021 pior do que os padrões que temos visto, como temos uma base muito depreciada”, explicou.

    Os dados foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) nesta quinta-feira (29). O resultado primário do Governo Central inclui as contas do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência Social, excluídas as despesas com juros. 

    O déficit acontece quando as receitas do governo não são suficientes para cobrir as despesas públicas daquele mês.

     

    Sozinha, a conta do Tesouro Nacional foi negativa em R$ 18,190 bilhões em junho. Já a Previdência Social e o Banco Central apresentaram, respectivamente, déficit de R$ 55,141 bilhões e R$ 221 milhões.

    1º semestre 

    No primeiro semestre do ano as contas acumulam déficit primário de R$ 53,653 bilhões. Apesar de 87% melhor que o registrado no mesmo período de 2020, o número é o terceiro pior para a série histórica do Tesouro. 

    O terceiro pior déficit acumulado no primeiro semestre de um ano foi registrado apesar de uma sequência de recordes na arrecadação federal nos últimos meses. Bittencourt esclareceu que o resultado negativo no acumulado do ano reflete o impacto dos gastos no combate a Covid, além do calendário de outras despesas.

    “Em junho, tivemos R$ 12,8 bilhões em gasto Covid, como costumamos chamar. Tivemos antecipação do 13º de R$ 25,2 bilhões, superior ao antecipado em junho de 2020. Tivemos, em função do calendário anual de precatórios em junho, mais R$ 34,5 bilhões”, destacou.

    “Essas despesas, quando somadas, reverteram o resultado primário do acumulado do ano em superávit para o déficit. Do lado das receitas, o crescimento foi substancial e contribuiu para que essa inversão fosse menor do que seria se não tivéssemos tendo recuperação tão bom da arrecadação”, completou.

    Em maio, a equipe econômica revisou a meta fiscal deste ano para um rombo de R$ 187,7 bilhões, ante R$ 286 bi previstos antes. Em 2020, por conta do decreto de Estado de Calamidade, necessário para o combate à pandemia, o governo ficou desobrigado de cumprir a meta fiscal daquele  ano, registrando déficit de R$ 743 bi.