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    Consumo de energia em setembro foi o maior da série histórica para o mês

    Segundo a estatal Empresa de Pesquisa Energética, bom desempenho do setor de serviços puxou o aumento, seguido pelo consumo residencial

    Iuri Corsinida CNN No Rio de Janeiro

    O mês de setembro não só apresentou um aumento de 3,4% de consumo de energia em relação ao mesmo mês do ano passado, como também registrou a maior quantidade consumida para o nono mês do ano em toda a série histórica, iniciada em 2004.

    O recorde foi observado tanto no consumo de energia elétrica da classe comercial (7.278 GWh) como no consumo da classe residencial (12,6 mil GWh). Já o consumo da indústria, que também apresentou alta na comparação com setembro do ano passado, registrou o maior consumo para setembro desde 2014 (14,8 mil GWh).

    O consumo acumulado nos últimos 12 meses totalizou 498,6 mil GWh, o que representa uma expansão de 5,5% na comparação com o mesmo período anterior. Os dados são da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que auxilia o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) com informações para tomadas de decisão.

    Segundo a EPE, o crescimento do consumo energético residencial foi puxado pelo clima mais quente e seco em boa parte do território nacional. Já o aumento no consumo da classe comercial tem grande influência da recuperação do setor de serviços no país, principalmente os prestados às famílias. O setor foi impactado positivamente em decorrência do avanço da vacinação e do aumento da mobilidade urbana.

    Para o pesquisador Diogo Lisbona, do Centro de Estudos e Regulação em Infraestrutura da Fundação Getúlio Vargas (Ceri/FGV), o resultado não surpreende e essa subida já estava no radar. Segundo ele, essa elevação de setembro vem em um momento de retomada num período em que a pandemia já está mais controlada e em que há uma perspectiva de retomada da economia.

    Ele diz ainda que parte da indústria pode ter antecipado a produção e, com isso, aumentado o consumo devido à falta de suprimentos e de olho numa possível piora nos meses seguintes, especialmente com o aumento na conta de luz que deve continuar sofrendo reajustes.

    Professor titular da Coppe/UFRJ e ex-presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, também afirmou que essa expansão no consumo era esperada. “Normalmente, o consumo acompanha o crescimento da economia. É normal, portanto, o consumo crescer junto com a retomada econômica”, disse.

    Consumo da classe comercial

    O consumo de energia elétrica da classe comercial apresentou aumento de 9,2% em setembro de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado. Todas as regiões do país registraram crescimento no consumo de energia. A maior taxa de expansão foi na região Nordeste, com aumento de 10,9%. Logo depois vem o Sudeste (+10,4%), Sul (+8,7%), Norte (+5,3%) e Centro-Oeste (+2,9%).

    Entre os estados, Minas Gerais (+28,3%) e Amapá (+26,6%) apresentaram as maiores taxas de consumo da classe comercial no país. Já os estados de Rondônia (-1,9%), Rio de Janeiro (-0,4%), Mato Grosso do Sul (-9,0%) e Goiás (-7,2%) foram os únicos que tiveram queda do consumo de energia.

    Consumo da classe residencial

    A expansão do consumo e energia desta classe foi de 3%, na comparação com setembro do ano passado, após dois meses seguidos de retração. As regiões Centro-Oeste (+7,8%), Norte (+5,2%), Nordeste (+4,0%) e Sudeste (+3,9%) apresentaram aumento no consumo de eletricidade da classe.

    Apenas a região Sul do país (-4,8%) registrou redução do consumo. Os maiores destaques no crescimento das taxas de consumo da classe foram nos estados do Amapá (+32,9%), Roraima (+20,5%) e Minas Gerais (+10,8%).

    Consumo da classe industrial

    O consumo na indústria teve expansão de 1,6% na comparação entre setembro deste ano e setembro do ano passado. A região Sudeste (+4,6%) foi a que apresentou a maior taxa de expansão do consumo industrial no mês de setembro. Entre os estados, o grande destaque foi para Alagoas (+104,4%), influenciado principalmente pelo efeito base no setor químico.

    Segundo a EPE, sete dos dez segmentos mais eletrointensivos da indústria, isto é, os que mais demandam energia, aumentaram o consumo em setembro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. A metalurgia liderou o aumento, impulsionada pelo alumínio primário no Norte; seguida pela fabricação de produtos químicos, que apareceu em segundo lugar, com maior expansão principalmente no Sudeste e no Sul.