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    Consultoria vê ‘tempestade perfeita’ para o Brasil

    Diretor para as Américas do grupo Eurásia analisa situação do Brasil com possível aprovação do Auxílio Emergencial e contrapartidas fiscais na Câmara e Senado

    Produzido por Jorge Fernando Rodrigues, da CNN, em São Paulo

    O cientista político e diretor para as Américas do Grupo Eurasia, Christopher Garman, disse à CNN na noite desta terça-feira (2) os motivos de o relatório da consultoria apontar que está se formando a “tempestade perfeita” no Brasil em março.

    “Quisemos alertar a confluência de fatores que sugerem um ambiente político-social dramático no mês. Estamos no meio de uma piora do quadro sanitário, com vários governos implementando medidas de restrição social mais severas, em um contexto em que o auxílio emergencial não foi renovado no final do ano passado. Entramos o ano com queda de renda, aumento da pobreza e prestes a uma onda de restrições sociais”, explica.

    Ele ressalta que os aumentos dos combustíveis e da conta de luz agravam o cenário para a população. “E o problema político é o tempo necessário para aprovar uma reforma fiscal. Essa PEC vai demorar pelo menos um mês olhando os prazos regimentais do Senado e da Câmara. As demandas sociais vão crescer tremendamente nas próximas semanas e o Congresso não tem capacidade de aprovar essa solução fiscal rápida”, avalia.

    Christopher Garman, diretor para as Américas do Grupo Eurasia (02.mar.2021)
    Christopher Garman, diretor para as Américas do Grupo Eurasia (02.mar.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    Apesar dos entraves, Garman acredita que o governo tem condições de aprovar o que é necessário. “A votação deve incluir os gatilhos de teto de gastos e a cláusula de calamidade pública para novas contrapartidas fiscais. O problema é que o prazo deve demorar, mas as demandas sociais estarão enormes nas próximas semanas”.

    Caso o auxílio emergencial seja liberado antes das contrapartidas, o mercado ficará com dúvidas. “Se você dá o auxílio agora, por que o Congresso vai aprovar essa reforma fiscal? Esse foi o grande motivo da venda de ativos nos últimos dias. O resultado não vai ser tão desastroso, mas o intervalo vai ser dramático”, prevê.

     

    (Publicado por Sinara Peixoto)