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    Conselho da Petrobras convoca assembleia para abril e deve destituir CEO

    Acionistas vão debater, dentre outros assuntos, a aprovação do nome de Joaquim Silva e Luna para o cargo de CEO da companhia, em substituição a Roberto Castello

    Foto: Mario Tama / Equipe / Getty Images

    Thais Herédiada CNN

    A Petrobras convocou para o dia 12 de abril a Assembleia Geral Extraordinária que vai nomear o General Joaquim Silva e Luna para o Conselho de Administração da companhia. A AGE, que será exclusivamente digital, também vai destituir do cargo Roberto Castello Branco, que termina seu mandato no próximo dia 20.

    A substituição anunciada pelo presidente Bolsonaro em 19 de fevereiro causou prejuízos bilionários à estatal, que chegou a perder R$ 100 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias de negócios na bolsa de valores.

    No edital de convocação, o Conselho da Petrobras explica que cabe apenas à Petrobras a decisão de nomear o general escolhido por Bolsonaro como novo CEO da estatal. E esclarecem que o nome e os dados de Silva e Luna serão enviados ao governo federal apenas como uma ação protocolar prevista na Lei de Responsabilidade das Estatais, aprovada em 2016.

    O documento também fala sobre a decisão de 5 dos atuais 11 conselheiros de deixarem o cargo. Em comunicado público em 2 de março, os executivos, que tinham sido apontados por Bolsonaro no início de seu mandato, justificaram a saída por não concordarem com a forma como se deu a destituição de Castello Branco e o receio de que haja interferência política na gestão da Petrobras.

    A AGE deverá, portanto, aprovar os nomes apresentados pelo governo federal, além de reconduzir os outros membros que permaneceram.

    Ainda não está claro como será a transição entre Castello branco e Silva e Luna. O mandato do atual presidente termina dia 20 de março e a AGE foi marcada para dia 12 de abril. O prazo para que o Conselho termine todo processo de avaliação do novo CEO deverá ser de no mínimo uma semana, de acordo com informações dadas à CNN de pessoas que acompanham o caso.

    O gesto de Bolsonaro foi avaliado como uma resposta aos seguidos reajustes de preços dos combustíveis promovidos pela estatal e a tentativa de evitar uma nova greve de caminhoneiros no país. A saída de Castello Branco é considerada uma derrota significativa de Paulo Guedes no governo.

    Além de amigos de longa data, o ministro e  executivo sempre defenderam a política de preços da Petrobras, sua autonomia para gestão e até a privatização da companhia.

    Em seu pronunciamento após a indicação de Silva e Luna, Castello Branco defendeu sua gestão apresentando o resultado do último trimestre de 2020 como o melhor da história da estatal. E mandou um recado direto ao governo sobre o risco de uma mudança na política de preços adotada em 2016, que atrela os valores aos preços internacionais do petróleo.

    “Mind the gap”, em tradução livre quer dizer “cuidado com vão”, dizia a camiseta usada por Castello Branco durante a videoconferência. No caso da Petrobras, o significado vale para a defasagem entre os preços praticados aqui e lá fora que causaram o maior prejuízo da estatal durante 2015 e 2017, consequência da manipulação dos preços praticada pelo governo de Dilma Rousseff.