Confiança do empresário cai 0,5 ponto em julho, para 94 pontos, diz FGV
Momento é de "piora das expectativas em relação ao ambiente de negócios no horizonte de seis meses", afirma especialista do FGV IBRE
![Apesar da resiliência do Setor de Serviços, confiança da Indústria, Comércio e Construção segue em queda. Apesar da resiliência do Setor de Serviços, confiança da Indústria, Comércio e Construção segue em queda.](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/07/christina-wocintechchat-com-Q80LYxv_Tbs-unsplash.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,5 ponto em julho ante junho, para 94 pontos, informou nesta terça-feira (1) a Fundação Getulio Vargas (FGV). A queda do índice vem depois de dois meses seguidos de alta.
Apesar de ter avançado 3,1 pontos ao longo do segundo trimestre, o índice segue distante do nível considerado neutro, de 100 pontos.
“Apesar de discreto, o recuo da confiança empresarial em julho afasta temporariamente a possibilidade de uma recuperação continuada do ICE, sugerida após a alta expressiva no mês anterior”, avalia o superintendente de Estatísticas do FGV IBRE, Aloisio Campelo Jr.
Ainda segundo o especialista, a queda foi influenciada pela piora das expectativas em relação ao ambiente de negócios no horizonte de seis meses, o que preocupa, uma vez que o pessimismo em prazos mais longos pode influenciar decisões presentes de investimento produtivo.
Em julho, o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 1,1 ponto, para 94,0 pontos, influenciado pela queda de 1,8 ponto do indicador de Demanda Atual. O Índice de Expectativas (IE-E) caiu 1,6 ponto, para 94,6 pontos.
Apesar do avanço de 1,1 ponto do indicador que mede as expectativas para a Demanda Prevista, para 95,3 pontos, e da relativa estagnação no indicador de Emprego Previsto em 98,1 pontos, o indicador que mede as expectativas com o ambiente de negócios nos seis meses seguintes caiu 0,6 ponto, para 92,2 pontos, demonstrando uma preocupação ainda grande por parte do setor produtivo com este horizonte no tempo.
O ICE consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV Ibre: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
Em julho houve aumento da dispersão dos índices entre os quatro grandes setores pesquisados.
Enquanto o Setor de Serviços exibe certa resiliência e sustenta um índice de confiança de 98,0 pontos, os índices de confiança da Indústria e do Comércio recuaram para 91,9 e 91,6 pontos, respectivamente.
Entre os extremos, a confiança da Construção voltou a crescer após dois meses em queda, fechando o mês em 95,2 pontos.
Em julho, a confiança empresarial subiu em 41% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma disseminação inferior à de 71% observada no mês anterior, informou a FGV.