Como o movimento criado por Luiza Trajano quer atuar no combate à pandemia
O grupo já deixou claro que, no primeiro momento, não pretende disponibilizar uma verba para o movimento
A empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza (MGLU3), anunciou nesta segunda-feira a criação do Unidos Pela Vacina, movimento que quer facilitar a distribuição do imunizante contra a Covid-19 para todos os brasileiros até setembro. Hoje, Trajano e outros empresários detalharam como o grupo vai atuar no combate à pandemia.
Empresários não podem – e estes não querem – comprar vacinas. Além disso, o grupo já deixou claro que, no primeiro momento, não pretende disponibilizar uma verba para o movimento.
A ideia é usar a influência dos empresários envolvidos no projeto para resolver problemas como falta de insumos para produção de vacinas, seringas e agulhas ou dificuldade de transporte dos imunizantes.
“Nosso grande ativo não é a capacidade financeira, mas a capacidade de mobilização e trabalho”, afirma Eduardo Melzer, CEO da EB Capital, que participa do movimento. Luiza Helena Trajano disse que “dinheiro não é problema” no combate à pandemia.
Os porta-vozes do Unidos pela Vacina disseram várias vezes durante coletiva de imprensa que o movimento é apartidário e não quer lucrar com os esforços que faz.
Quem está no projeto
O Unidos pela Vacina foi idealizado pela empresária Luiza Helena Trajano. Seu grupo Mulheres do Brasil, que tem 75 mil participantes, é um dos pilares do projeto.
Além delas, outros nomes de peso do mundo dos negócios aderiram ao movimento. Paulo Kakinoff, presidente da Gol, é responsável pelo grupo que trata da logística das vacinas e insumos.
Eduardo Melzer, da EB Capital, é responsável pela comunicação do Unidos pela Vacina. Marcelo Silva, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo, lidera as conversas com o governo federal.
Betania Tanure, que toca uma consultora de desenvolvimento empresarial, é uma das cabeças do movimento.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) também está envolvida no projeto. Segundo os porta-vozes do movimento, cerca de 400 pessoas – a maioria empresários – já participam do esforço coletivo.
O movimento decidiu se dividir em cinco grupos de trabalho:
1) Diálogo com o governo federal
Marcelo Silva, do IDV, lidera as conversas com a Casa Civil e o Ministério da Saúde. O Unidos pela Vacina fará reuniões semanais com os órgãos do governo.
“Os negócios só prosperarão se conseguirmos combater os efeitos da Covid-19. 70 das maiores empresas de varejo do Brasil estão no IDV e prontas para colaborar de alguma forma”, afirma Silva.
2) Diálogo com os governos estaduais
O segundo grupo tem a tarefa de identificar necessidades específicas de cada estado. Segundo Melzer, a prioridade é resolver os gargalos de curtíssimo prazo.
Esta equipe já enviou cartas a todos os governadores pedindo que os secretários estaduais de saúde conversem com o time de empresários regularmente.
3) Diálogo com municípios
O Unidos pela Vacina prepara um documento que vai mostrar as dificuldades que cada cidade enfrenta no combate à pandemia de Covid-19. O “raio-x” será divulgado ainda nesta semana.
4) Cadeia produtiva
É a equipe responsável por monitorar gargalos como insumos para a produção de vacinas, compra de seringas e agulhas, logística e armazenamento e da vacinação em si.
5) Comunicação
É um grupo transversal, que está a serviço de todos os outros grupos. Além da comunicação com a imprensa, a equipe, liderada por Eduardo Melzer, prepara uma campanha para mostrar a importância da vacinação.