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    Com investimento bilionário, Brasil entra no mercado global de baterias de carros elétricos

    Buscando sustentabilidade, empresa brasileira produz lítio de alto grau de pureza em Minas Gerais

    Mariana Janjácomoda CNN

    em Nova York

    Vista com bons olhos pelos ambientalistas, a recente onda mundial de investimentos para a transição energética trouxe também uma preocupação: garantir que a extração do lítio, o principal componente das baterias dos carros elétricos, seja feita de forma a não agredir o meio-ambiente.

    Foi assim que surgiu a busca pelo “lítio verde”, o minério produzido de maneira sustentável, motivando o investimento bilionário da Sigma no Vale do Jequitinhonha, uma das áreas menos desenvolvidas de Minas Gerais.

    A ideia é transformar a região no ‘Vale do Lítio’. “Foram três bilhões de reais investidos; 900 milhões só para construir a essa planta ‘green tech’, que é única no mundo”, explica Ana Cabral-Gardner, CEO da Sigma Lithium, em entrevista à CNN em Nova York.

    Trata-se de uma planta sem barragem de rejeitos. A água utilizada é tratada em uma estação própria, o processo não usa produtos químicos nocivos, e o rejeito resultante também é exportado. Assim, a empresa consegue produzir um lítio de alto grau de pureza, com baixíssima emissão de carbono – emissão que, segundo a CEO da Sigma, chegará a zero dentro de algumas semanas.

    Ana afirma que a empresa foi atraída por Minas Gerais não só pelas reservas minerais abundantes, mas também pelo ambiente de negócios favoráveis, com grande possibilidade de crescimento e potencial especialmente na região do vale. Unir a responsabilidade ambiental à social é inclusive um dos pilares do projeto, que também tem como objetivo beneficiar a população local.

    “A ideia é erguer as pessoas que estavam no programa Fome Zero. Montamos uma estrutura para dez mil linhas de microcrédito e o programa virou um grande laboratório brasileiro de microcrédito”, conta a CEO.

    O lado social do empreendimento também atende a uma demanda crescente do público consumidor dos carros elétricos.

    “Esse consumidor quer saber se o carro foi produzido com material sustentável, a quantidade de carbono emitido, quer ter certeza de que a mão de obra foi tratada de maneira correta”, acrescenta Ana.

    A ideia, ao menos por ora, é que o Brasil venda os insumos de alto valor tecnológico para o Hemisfério Norte, já que o mercado interno de carros elétricos ainda é pequeno – o que pode mudar em breve.