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    Com inflação alçando voos, instituições já projetam IPCA de 10% para fim do ano

    Inflação acelerou para 1,25% em outubro, após ter subido 1,16% em setembro; mediana do mercado era de 1,05%

    Em alta: em 12 meses, IPCA foi para 10,65%, muito acima do teto da meta do governo, de 5,25%
    Em alta: em 12 meses, IPCA foi para 10,65%, muito acima do teto da meta do governo, de 5,25% Eoneren / Getty Images

    Artur Nicocelida CNN

    São Paulo

    Acima da expectativa média do mercado, a inflação de outubro, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo IBGE, já levou instituições financeiras a revisarem sua previsão para o ano.

    O IPCA acelerou para 1,25% no mês, após ter subido 1,16% em setembro. A mediana do mercado era de 1,05%.

    Em 12 meses, o índice foi para 10,65%, muito acima do teto da meta do governo, de 5,25%.

    O Bank of America, por exemplo, espera agora que o índice suba 10,1% em 2021, ante projeção anterior de 9,1%. Já o Citi aumentou sua estimativa no mesmo período a 10,4%, ante 9,5%.

    No Boletim Focus desta semana, que reúne os cálculos das principais instituições e casas de análise do país, o IPCA do ano é de 9,33% e de 4,63% para 2022. Há um mês, as estimativas eram de 8,59% e 4,17%, respectivamente.

    “Em um cenário de intensas pressões inflacionárias e piora do balanço de riscos, a probabilidade de o banco central conseguir conduzir a inflação para a meta de 3,50% em 2022 é muito baixa”, disse o Goldman Sachs em relatório divulgado nesta quarta-feira.

    Os principais vilões da escalada dos preços de outubro foram os combustíveis, com destaque para a gasolina, e a energia elétrica, mais cara devido à crise hídrica pela qual passa o país.

    O preço médio do litro da gasolina comum nos postos de combustíveis no país chegou a R$ 6,71, na semana entre 31 de outubro e 6 de novembro. A informação foi divulgada na última segunda-feira (8) pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

    Apesar de ter excedido a maior parte das expectativas, o valor de outubro está dentro do esperado no atual cenário, diz Tatiana Nogueira, economista da XP.

    Ela explica que a sensação de surpresa foi semelhante à da prévia da inflação de outubro, medida pelo IPCA-15. “Na ocasião, o destaque foi a aceleração nos serviços. Na divulgação de hoje, a surpresa foi mais generalizada, sendo os preços industriais os que mais se desviaram”.

    “A surpresa do mês acima do projetada confirma leitura desafiadora da inflação, pressionada tanto pelos repasses em curso dos elevados custos de produção quanto pelo efeito da aceleração dos preços dos serviços”, diz.

    A projeção da XP para o IPCA de 2021, atualmente em 9,5%, está em revisão com viés de alta.

    De acordo com o Trading Economics, o Brasil é o terceiro país com a pior inflação, atrás da Argentina e Turquia, respectivamente.

    *Com informações da Reuters e da Agência Brasil