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    Com aumento do diesel, empresas de ônibus preveem alta de 2,9% nas passagens

    Presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Edvaldo Nogueira, avaliou que o novo reajuste do combustível torna "inevitável a alta do valor das passagens"; empresas também estudam restringir os horários de circulação

    Leandro ResendeStéfano Sallesda CNN , no Rio de Janeiro

    Para compensar o aumento de 8,8% no preço do diesel nas refinarias concedido pela Petrobras a partir desta terça-feira (10) –  uma variação de R$ 0,36 por litro na bomba – as empresas de ônibus preveem de imediato alta nas passagens de 2,9%, em média.

    Nos últimos cinco meses, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) calcula que o diesel subiu 47%, gerando um impacto acumulado tarifárias dos ônibus de 15,4%.

    A representante das empresas de transporte público informa ainda que com as revisões, as companhias estão estudando restringir aos horários de pico – manhã e tarde – a circulação das frotas de coletivos em algumas cidades.

    Segundo a associação, o combustível representa 26,6% do custo das empresas operadoras do transporte público, sendo o segundo item com maior peso no valor da tarifa, depois da mão de obra.

    O cenário provocado pelo novo aumento do diesel preocupa também os prefeitos por todo o país. À CNN, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Edvaldo Nogueira, avaliou que o novo aumento do combustível torna “inevitável a alta do valor das passagens”.

    “As prefeituras que conseguiram segurar o reajuste até agora estão estranguladas. Não há como, sozinhos, os municípios conseguirem dar mais subsídios para gratuidades. Há risco para empresas e para as cidades”, declarou Nogueira.

    De acordo com o economista e coordenador do Índice de Preços da Fundação Getúlio Vargas, André Braz, nos últimos 12 meses o diesel já acumula alta de 49% e ele estima, com o reajuste anunciado hoje pela Petrobras, um aumento de mais 5%.

    “Ele vai chegar a quase 55% de aumento. Isso pressiona muito as prefeituras a liberar aumento nas passagens de ônibus. Então, o risco é esse: ter frete mais alto, encarecendo tudo o que é escoado para os grandes centros urbanos. Alimentos in natura, bens duráveis. O custo do transporte público pode subir, as prefeituras podem não conseguir segurar o reajuste”, explicou.

    A Petrobras anunciou nesta segunda–feira (9) que o preço médio de venda de diesel para as distribuidoras passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,06, em média, para R$ 4,42 a cada litro vendido na bomba.

    A Câmara dos Deputados deve votar ainda neste mês um projeto de lei aprovado no Senado que prevê subsídio de R$ 5 bilhões pagos pela União aos municípios para custear a gratuidade das passagens de ônibus para os idosos. A Frente Nacional de Prefeitos articula a favor da ideia, vista como fundamental para equilibrar os cofres das cidades.

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