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    Citroën se mexe para ganhar mercado fora da Europa e avançar em emergentes

    De acordo com executiva da marca, intenção é ampliar as vendas fora da Europa de 15% para 30% até 2025; plano começa com modelo recém-lançado para países emergentes e que será fabricado no Brasil

    Laurence Hansen, diretora de produto e estratégia da Citröen
    Laurence Hansen, diretora de produto e estratégia da Citröen Divulgação

    Juliana Eliasdo CNN Brasil Business em São Paulo

    Com uma grande divulgação em torno do lançamento de seu mais novo modelo desenhado especialmente para países emergentes, uma nova versão do C3 que mistura hatch com SUV, a fabricante francesa Citroën dá a largada para o plano de ampliar sua participação para fora da Europa.

    Isto inclui ganhar mais espaço na Índia, aonde chegou em 2019 com a instalação de uma fábrica própria, e ampliar o mercado na América Latina, onde já tem uma operação consolidada e, em boa parte, alimentada pela fábrica no Brasil, localizada em Porto Real, no Rio de Janeiro.

    Será dela que sairão os novos C3 para o mercado doméstico e também os vizinho da América do Sul, a partir do começo do próximo ano. Ele é o primeiro de três novos modelos já programados para ser lançados nesses mercados ao longo dos próximos anos.

    Com mais opções nas vitrines, a Citroën espera aumentar sua participação entre os motoristas brasileiros, atualmente de pouco mais de 1% das vendas em um mercado ainda amplamente dominado pela Fiat (23%) e a Volkswagen (14%), de acordo os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

    “Hoje cerca de 15% das nossas vendas são fora da Europa, e queremos chegar a 30% até 2025”, disse a diretora de produto e estratégia da Citroën, Laurence Hansen, que falou ao CNN Business de Paris, onde o novo C3 foi apresentado ao mundo nesta quinta-feira (16).

    Parte do grupo Stellantis – a grande fusão concluída no início deste ano que uniu a PSA (dona da Peugeot e da Citroën) e a Fiat Chrysler –, a Citroën hoje trabalha para se consolidar como uma marca global, em um momento que as cidades, as tecnologias e os hábitos dos consumidores mudam rápido.

    Veja a seguir os principais trechos da conversa:

    Quais são os planos da Citroën com este novo lançamento no Brasil?

    Trata-se de um carro muito importante para nós. Nós sabemos que a Citroën no Brasil tem tido bons resultados e é uma região onde somos fortes. Com o novo C3, queremos ampliar a nossa presença e os nossos volumes com uma nova proposta e uma nova experiência. Queremos ganhar presença no Brasil e na América Latina como um todo.

    Apresentação do novo Citroën C3 em Paris, nesta quinta-feira (16)
    Apresentação do novo Citroën C3 em Paris, nesta quinta-feira (16) / Divulgação

    Qual é o tamanho e a importância do Brasil para a Citroën hoje?

    A América Latina e, dentro dela, o Brasil, são um grande mercado. A Citroën é muito forte na Europa, mas nós queremos ser uma marca global e, até 2025, chegar a 30% das nossas vendas fora da Europa. Hoje essa participação é de cerca de 15%.

    Isso significa que precisamos entrar em novos mercados, mas também fortalecer nossa presença nos outros. Com a nossa chegada na Índia, e a ampliação da nossa presença da América Latina, onde já somos fortes, esperamos ampliar essa participação.

    É importante que sejamos uma marca global. Há a necessidade de manter um certo volume de vendas para que a operação seja rentável e para que a marca tenha uma identidade global de fato.

    O nosso cuidado é conseguir fazer isso mantendo o mesmo DNA da Citroën em todos os países, mas sem deixar de se adaptar às necessidades locais.

    Quais são os países onde o novo C3 deve ser vendido?

    Começaremos primeiro pela América Latina, onde as vendas devem começar no início do ano que vem. Ainda no primeiro semestre, a Índia deve lançar o seu C3 e, a partir daí, o modelo deve ir também para o Oriente Médio, África e Ásia Oriental. É um programa bem global.

    Vocês irão começar a produção de um novo modelo a partir da fábrica no Brasil. O que isso trouxe de investimentos para o país e em quanto as vendas daqui podem crescer?

    Não podemos revelar os números, mas, é claro que, conforme expandimos nossos volumes, a nossa rede [de concessionárias] também irá crescer.

    Só no Brasil, o plano é que elas passem de 120 para 180 [com a chegada dos novos modelos]. Conforme essa rede cresce, o nosso potencial de vendas também cresce, e isso deve ajudar a ampliarmos nossa presença no Brasil.

    Muito se fala hoje de como a relação das pessoas com os carros está mudando. Muitas não querem mais ter carros, vão usá-los menos ou de uma maneira diferente. Como vocês estão se adaptando a isso?

    Essas transformações são muito verdadeiras na Europa, nas grandes cidades. Há muitas mudanças de comportamento às quais estamos tendo que nos adaptar nesses locais, onde os mercados são mais maduros.

    Mas não é igual em todas as regiões do mundo. Nas cidades menores, por exemplo, o carro continua sendo uma ferramenta importante para a vida das pessoas. Então é muito importante também que não nos adiantemos demais às mudanças na experiência do consumidor.

    Hoje diversas indústrias então sofrendo com falta de peças em todo o mundo, incluindo a indústria automobilística, que tem sofrido com atrasos no fornecimento dos microchips usados nos veículos. Como isso está afetando a Citroën e como vocês estão lidando com essas dificuldades?

    Sim, a falta de chips está atrapalhando a todos, não só a indústria automotiva. Já há gente dizendo que vai faltar brinquedo no Natal por conta da falta de chips. Mas eu acredito que temos muita sorte por sermos parte do grupo Stellantis.

    Temos várias marcas no portfólio e isso nos dá muito peso nas negociações, o que nos dá maior facilidade em relação a outros fabricantes. Sim, é uma coisa que também está nos afetando, mas, de uma maneira geral, conseguimos nos sair relativamente bem por conta disso.