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    Citigroup vê Bitcoin próximo de se tornar moeda global, mas ainda há desafios

    O estudo mostra que Europa e América do Norte, os continentes com maior penetração de institucionais em BTC, ainda têm participação da ordem de 30%

    Foto: Dado Ruvic/Reuters

    Matheus Prado, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Um relatório divulgado pelo Citi GPS, área de inovação do Citigroup, na última segunda-feira (1), defende que o bitcoin está próximo de ganhar ainda mais espaço no mercado financeiro e na economia global como um todo, se colocando como candidato a moeda global.

    Hoje em dia a criptomoeda dispensa apresentações, mas o texto lembra que em 2014, quando a gigante de serviços financeiros citou o ativo pela primeira vez em um dos seus relatórios, as coisas eram diferentes. A começar pelo valor de mercado do BTC, que era de US$ 6,2 bilhões (hoje já ultrapassou US$ 1 tri).

    “Escrevemos que o Bitcoin era familiar e bem-vindo às gerações mais jovens e que investidores mais velhos geralmente estavam menos familiarizados e mais céticos”, diz o texto. “Também havia muito pouca atividade entre os investidores institucionais em mercados financeiros organizados, pois era considerado ‘muito arriscado e volátil’.”

    E é aqui que o Citi enxerga um grande amadurecimento da moeda, com investidores de maior porte buscando mais exposição ao ativo e um espaço enorme para crescimento dessa margem. O estudo mostra que Europa e América do Norte, os continentes com maior penetração de institucionais em BTC, ainda têm participação da ordem de 30%.

    “A maior mudança do ativo foi deixar de ser um esforço focado no varejo para algo que parece atraente para grandes investidores. Em busca de rendimento e ativos alternativos, eles têm sido atraídos para as propriedades de cobertura de inflação do Bitcoin, que é reconhecido como um “ouro digital” devido ao seu fornecimento finito”, diz o texto.

    “Aprimoramentos específicos para os serviços de câmbio, negociação, dados e custódia estão aumentando e sendo renovados para acomodar as necessidades dos investidores institucionais.” Não obstante, o banco entende que a criptomoeda é um produto do seu tempo e evoluiu rapidamente. 

    Os autores citam inclusive uma pesquisa da Visual Capitalist, que afirma que o tempo que leva para um novo produto se tornar amplamente utilizado por clientes globais diminuiu drasticamente. Enquanto o telefone demorou 50 anos para chegar a 50 milhões de clientes, a TV levou 22 anos, a Internet 7 anos e o Pokémon Go 19 dias. 

    Nessa linha, os analistas acreditam que o Bitcoin também desempenha e continuará desempenhando papel fundamental no avanço de algumas tecnologias que ajudou a apresentar para o mundo, como o blockchain. “É uma bússola para a evolução de um ecossistema mais amplo de comércio de criptomoedas”, diz o texto. 

    “Novas inovações, incluindo o anúncio de stablecoins (criptomoedas menos voláteis lastreadas em outros ativos) apoiados por fiduciários, usados em redes públicas e privadas, podem aumentar a pressão para que os bancos centrais considerem suas próprias opções de moeda digital.”

    O relatório observa ainda que o bitcoin tem diversas vantagens em pagamentos globais, incluindo seu design descentralizado, falta de exposição em moeda estrangeira, movimentos rápidos de dinheiro, canais de pagamento seguros e rastreabilidade. Esses atributos combinados com o alcance global e a neutralidade do Bitcoin podem estimulá-lo a se tornar a moeda preferida para o comércio internacional.

    Apesar disso, e para não queimar a largada, o Citi avisa: a entrada de investidores institucionais despertou confiança na criptomoeda, mas ainda existem problemas persistentes. 

    “Para investidores institucionais, isso inclui preocupações sobre eficiência de capital, seguro e custódia, segurança e considerações ESG da mineração de bitcoin. Problemas de segurança também ocorrem com as criptomoedas, mas quando comparados aos pagamentos tradicionais, têm um desempenho melhor.”