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    Citi piora projeção para Brasil mesmo com possível redução em PEC do Estouro

    "Pioramos nossas projeções fiscais para os anos seguintes, com a dívida pública chegando a 89% do PIB ao final do governo Lula", disse o Citi em relatório nesta sexta-feira (18)

    Reuters

    O Citi piorou suas projeções para a dívida pública do Brasil devido a medidas de flexibilização fiscal planejadas pelo governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que o banco norte-americano espere que a Pec do Estouro — que busca excluir despesas do teto de gastos — seja diluída durante sua tramitação no Congresso.

    “Pioramos nossas projeções fiscais para os anos seguintes, com a dívida pública chegando a 89% do PIB ao final do governo Lula”, disse o Citi em relatório nesta sexta-feira.

    Sob o novo cenário do banco, o governo brasileiro apresentará um déficit primário de 1,6% do PIB em 2023, ante resultado primário próximo de 0,0% do PIB previsto para este ano, enquanto a dívida pública deve passar de 75,8% do PIB em 2022 para 81,0% do PIB no ano que vem.

    As projeções do Citi vieram depois que o governo eleito apresentou nesta semana a minuta da PEC da Transição, cujo texto embutiu proposta de excepcionalizar 175 bilhões de reais do teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família por tempo indeterminado.

    “Esperamos que o tamanho e duração (da PEC) sejam diluídos durante as negociações (no Congresso)” em resposta a reações muito adversas do mercado e importantes economistas brasileiros, disse o Citi no relatório. No entanto, “como há outras medidas que Lula tentaria aprovar nos anos seguintes, os riscos fiscais permaneceriam”, alertou o banco.

    Entre essas medidas, o Citi destacou possível tentativa de Lula de aumentar os salários de funcionários públicos em algum momento de sua gestão, bem como chances de que o novo governo busque manter cortes de impostos promovidos neste ano pela gestão do presidente Jair Bolsonaro.

    Sob o cenário básico do credor norte-americano, Lula conseguirá aprovar uma PEC que excluiria 150 bilhões de reais (1,5% do PIB) do teto de gastos em 2023. “Isso não seria financiado, impactando diretamente as contas fiscais”, estimou o Citi.

    “A partir de 2024, assumimos que o tamanho da flexibilização (gastos públicos extra-teto) diminuirá em 50 bilhões de reais por ano. Em outras palavras, teríamos um gasto público extra de 100 bilhões em 2024, 50 bilhões em 2025 e nenhuma flexibilização em 2026 (em conformidade com o teto de gastos)”, previu o Citi.