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    China quer tornar empresas privadas “maiores, melhores e mais fortes” para impulsionar economia

    Após desaceleração do PIB Chinês, governo emitiu documento detalhando lista de medidas para apoiar empresas

    Juliana LiuWayne Changda CNN , em Hong Kong

    O governo da China emitiu um documento na noite da última quarta-feira (19) detalhando uma lista de medidas destinadas a tornar as empresas privadas “maiores, melhores e mais fortes”.

    A declaração vem apenas alguns dias depois de uma série de dados econômicos mostrarem que o crescimento da economia chinesa havia desacelerado.

    “O setor privado é uma nova força para promover a modernização ao estilo chinês, uma base importante para o desenvolvimento de alta qualidade e uma força importante para promover a China como uma potência socialista moderna”, afirma o documento.

    As medidas incluem promessas de derrubar barreiras de acesso ao mercado para empresas privadas, de “implementar totalmente” um sistema de concorrência justa e de fortalecer a aplicação das leis antimonopólio.

    O documento é o mais recente sinal do recente movimento pró-iniciativa privada do país, que começou no final do ano passado. Sua eficácia dependerá de como serão executadas as políticas, segundo analistas.

    “Acreditamos que a ação é real, mas não é suficiente para trazer de volta o espírito animal entre as empresas privadas”, escreveu Larry Hu, economista-chefe para a China do Macquarie Group, em uma nota de pesquisa.

    “Olhando para o futuro, os legisladores precisam se empenhar em duas frentes: enviar sinais mais fortes para empresas privadas e tornar a recuperação mais forte e sustentável.”

    Em dezembro, Pequim disse que faria de tudo em 2023 para salvar sua economia atingida pela Covid, aumentando o consumo e afrouxando o controle sobre a indústria privada, incluindo os setores tecnológico e imobiliário em dificuldades.

    Essa promessa marcou uma grande mudança no esforço de anos do líder Xi Jinping para controlar os negócios privados, que eram vistos pelo governo como “muito poderosos e desordenados”.

    O apoio da iniciativa privada agora é crucial enquanto a China luta para reanimar sua economia em dificuldades. Na segunda-feira (17), dados oficiais mostraram que o crescimento continuou a perder força nos meses de abril a junho, levando a pedidos urgentes de economistas por mais estímulos de Pequim.

    Investimento morno e recorde de jovens desempregados

    As empresas privadas hesitam em contratar ou fazer novos investimentos, em parte por causa do endurecimento regulatório que começou no final de 2020.

    O investimento em ativos fixos como estradas e infraestrutura do setor privado encolheu 0,2% no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

    O desemprego juvenil atingiu outro recorde. A taxa de jovens entre 16 e 24 anos desempregados atingiu 21,3% no mês passado, quebrando o recorde anterior de 20,8% estabelecido em maio.

    Em um esforço para reunir o setor privado, o primeiro-ministro Li Qiang se reuniu com executivos de grandes empresas de internet, incluindo Alibaba Group, Bytedance e PDD na semana passada.

    Li os elogiou como “pioneiros” e reforçou a todos os níveis do governo que intensifiquem o apoio político a eles.

    O executivo-chefe da Tencent, Pony Ma, publicou um artigo de opinião na mídia estatal elogiando as medidas depois que elas foram divulgadas.

    Lei Jun, fundador e executivo-chefe da Xiaomi, foi citado como um dos apoiadores das novas políticas.

    A notícia impulsionou as ações de empresas chinesas listadas em Nova York na quarta-feira (19). O Nasdaq Golden Dragon China Index fechou em alta de 0,7%, após cair em vários pregões anteriores.

    Mas os ganhos não foram transferidos para as bolsas de valores de Hong Kong e Xangai, que estavam praticamente estáveis ​​na quinta-feira (20).

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