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    CEOs de grandes empresas são favoráveis à exigência de vacinação contra Covid-19

    Estudo do Instituto de Liderança Executiva de Yale apontou que 72% dos CEOs apontaram ser a favor da obrigatoriedade. Participaram Walmart, Goldman Sachs e eBay

    Matt Egan, CNN Business, em Nova York

    A maioria dos líderes empresariais é a favor de exigir que seus funcionários tomem vacinas contra a Covid-19. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Liderança Executiva de Yale apontou que 72% dos CEOs de grandes empresas sediadas nos EUA sinalizaram ser a favor da obrigatoriedade da vacinação. A questão proposta a eles não especificava se a obrigatoriedade se aplicaria a todos os funcionários ou apenas àqueles que precisavam trabalhar próximos a clientes e colegas.

    Entre os executivos consultados estavam de empresas do porte do Walmart, Goldman Sachs e eBay.

    Vários CEOs indicaram que tal ordem ainda não foi formulada em suas empresas e eles querem avaliar antes como serão as primeiras rodadas de vacinação. As empresas também podem relutar em exigir que os funcionários tomem as vacinas até que sejam totalmente aprovadas pela FDA, a agência reguladora de drogas e alimentos nos EUA, como a Anvisa no Brasil. Na semana passada, a FDA emitiu uma autorização de uso de emergência para a vacina da Pfizer.

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    O debate ocorre no momento em que as autoridades de saúde buscam tranquilizar a população sobre a segurança das vacinas e a elite corporativa do país assume uma postura mais firme sobre questões cruciais, como a mudança climática.

    “Houve uma abertura surpreendente para a ideia de obrigatoriedade de vacinas”, disse Jeffrey Sonnenfeld, fundador do Instituto de Liderança Executiva de Yale.

    “É muito cedo para dizer’”, afirmou o CEO Doug Parker, da American Airlines, durante o encontro virtual. “Vamos distribuir as vacinas, ver quais são as taxas de aceitação. No final, tomaremos a melhor decisão para nossas empresas individualmente.”

    Parker acrescentou que alguns países podem exigir vacinas antes mesmo que as companhias aéreas voltem a pousar neles.

    Michel Khalaf, CEO da MetLife, disse que seu foco agora é garantir que os funcionários tenham acesso às vacinas.

    “Tomaremos a decisão sobre se vamos obrigar ou não no futuro”, disse Khalaf durante o evento de Yale. “Ainda é muito cedo para dizer que devemos impor uma vacina”.

    Outros empresários acham que a obrigatoriedade da vacina pode ser exagerada.

    “As empresas têm um grande papel a desempenhar sobre a importância das vacinas”, opinou Mark Weinberger, ex-CEO da EY e diretor da MetLife and Johnson & Johnson, à CNN Business. “Mas dizer que você será demitido se estiver morrendo de medo de tomar uma vacina coloca os CEOs numa posição difícil.”

    A obrigatoriedade é legal?

    Especialistas jurídicos dizem que as empresas podem exigir que seus funcionários sejam vacinados. Alguns empregos já têm esses requisitos. Hospitais, por exemplo, podem exigir que os funcionários tomem vacinas contra a gripe ou hepatite B.

    “Os empregadores têm o direito de estabelecer condições de saúde e segurança no local de trabalho”, lembrou Dorit Reiss, professora de direito da Universidade da Califórnia, Hastings.

    No entanto, existem limites para tais ordens. Reiss explica que as empresas também precisam, por exemplo, conceder isenções ou acomodações para funcionários por motivos médicos ou religiosos.

    Outra questão é se as vacinas podem ser consideradas necessárias antes de serem totalmente liberadas pelos órgãos reguladores.

    “Há alguma incerteza jurídica sobre a imposição de uma vacina autorizada para uso de emergência”, disse Reiss. “Suspeito que alguns empregadores irão em frente e autorizarão. Mas os tribunais podem decidir para qualquer lado.”

    A quem a ordem se aplica?

    Sonnenfeld, da Yale, disse que a obrigatoriedade de vacinas pode ajudar as empresas a promover uma cultura de segurança.

    “Se um ambiente de trabalho seguro faz parte da marca e da cultura empresarial, isso dá mais poder a essa ideia”, pontuou.

    David Gibbs, o CEO da Yum Brands, dona das marcas Pizza Hut e Taco Bell, disse na cúpula de Yale que sua empresa está focada por enquanto em aplicar a exigência do uso de máscaras e da lavagem das mãos.

    “Ainda não tomamos uma decisão sobre obrigar a tomar vacina”, acrescentou. “É algo que veremos.”

    Howard Forman, fundador do programa de MD/MBA de Yale, disse que é possível que os próximos meses revelem que existem certas populações para as quais as vacinas podem não ser adequadas.

    “É possível fazer exclusões para esses grupos”. Forman, porém, disse que faz sentido que algumas empresas exijam vacinas após a aprovação total da FDA.

    “Se você deseja que seu pessoal esteja no escritório, no chão da fábrica ou em contato direto com os clientes, deve querer também que eles estejam o mais seguros possível”, afirmou Forman. “Isso não vale para todos os funcionários, mas para aqueles que não podem fazer home office o tempo todo.”

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)

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