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    Carteira de dividendos: saiba quais são as ações mais recomendadas para setembro

    Vale foi a companhia mais indicada aos investidores; CPFL ficou em segundo lugar, com cinco indicações

    Em terceiro lugar ficaram: Banco do Brasil e a Petrobras, ambas com quatro sugestões
    Em terceiro lugar ficaram: Banco do Brasil e a Petrobras, ambas com quatro sugestões Foto: Amanda Perobelli/Reuters

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business em São Paulo

    A mineradora Vale foi a companhia mais indicada aos investidores que buscam montar suas carteiras focadas nos dividendos. A mineradora também se destaca na carteira recomendada de ações para setembro.

    Em segundo lugar ficou a CPFL, que subiu de duas indicações em agosto para cinco este mês.

    A alta nas recomendações é devido a integração dos ativos da transmissora CEEE-T, adquirida este ano, e a reabertura do comércio pós-pandemia, que resultou no aumento da demanda de energia nos setores industrial e comercial, afirmou Rodrigo Crespi, analista da Guide.

    Em terceiro lugar ficaram: Banco do Brasil e a Petrobras, ambas com quatro sugestões.

    Para este mês, o CNN Brasil Business levou em conta as indicações de oito bancos e corretoras: Santander, Guide, Banco do Brasil, Terra, Planner, NuInvest, Ativa e Elite.

    O dividendo é uma parcela do lucro apurado de uma companhia e distribuído aos acionistas, podendo ser pago de forma mensal, trimestral ou semestral.

    O montante depende de questões macroeconômicas, setoriais e individuais de cada empresa, e como esses aspectos influenciam em cada desempenho corporativo.

    No radar

    Para setembro, especialistas apontaram que os investidores com foco em dividendos devem ter no radar a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que está marcada para 21 de setembro, o preço das commodities, principalmente o minério de ferro e o petróleo, e as ações consideradas mais resilientes em momentos de forte volatilidade.

    Alguns analistas acreditam que exista um possível fim do ciclo de alta com Selic a 13,75%.

    Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset, apesar de não concordar que haverá a queda da taxa de juros neste momento, explica que quando a taxa Selic começar a cair, não são as empresas conhecidas como boas pagadoras de dividendos que vão se beneficiar.

    “[Quando os juros diminuírem], os investidores passarão a comprar ações de companhias de crescimento. E, nesse momento, não será mais interessante ter uma empresa pagadora de dividendo alto na carteira”.

    As chamadas ações de crescimento são aquelas que apresentam alto potencial de avanço. Ou seja, são papéis de empresas que tiveram aumento em receitas de vendas e no lucro.

    Os investidores esperam que essas companhias “continuem a crescer no futuro” e isso faz com que tais ativos negociem à múltiplos mais altos, afirma Igor Cavaca, head de gestão de investimentos na Warren Asset.

    Exemplos dessas empresas de crescimento são as de tecnologia, “que começam pequenas, como startups, e trilham a rota de crescimento”, afirma Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde Investimentos.

    Os especialistas também disseram que as ações mais resilientes, como o setor bancário e de energia, devem ainda estar no radar do mercado em setembro.

    “Com o aumento das incertezas da atividade econômica mundial, com claros sinais de desaceleração e eventual recessão, os bancos tendem a sofrer menos que outros setores, especialmente aqueles mais dependentes do nível de atividade”, diz Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.

    Por sua vez, as companhias de energia costumam repassar a inflação nos contratos, então são consideradas como ações capazes de se adaptar em situações onde a economia está instável.

    O manager da Kilima Asset afirmou ainda que por conta da guerra na Ucrânia e da crise energética na Europa, o preço das commodities estão voláteis. No entanto, ele afirma que as matérias-primas devem desvalorizar até o final do ano, e as companhias que pagavam dividendos estrondosos – acionistas da petroleira receberam R$ 48,5 bilhões  – passarão a pagar valores em linha com o mercado.

    Alguns analistas declaram que entre dezembro e janeiro, o petróleo pode estar a US$ 65 ou US$ 70. Na véspera (1º), o barril do brent estava em torno de US$ 92.

    Ilan Arbetman, analista de Research da Ativa Investimentos, por sua vez, aponta que setembro será um mês de vários pagamentos de dividendos, como das companhias Santander, Camil, Vale, AES Brasil e Marfrig.

    Porém, todas essas empresas já fecharam as datas que os acionistas teriam que ter posições para receber o montante. O analista afirma então que restaram algumas opções para os investidores aproveitarem, “mas não muitas”.

    Comentários

    Veja o que especialistas comentaram sobre as principais recomendações para setembro:

    Vale

    Ação: VALE3

    Comentário: NuInvest

    Seguimos gostando da tese de investimento de longo prazo para a mineradora, que segue negociando abaixo de 3x EV/EBITDA (múltiplo para determinar o valor justo do papel no mercado) projetado para os próximos 12 meses e cujo enorme fluxo de caixa deve seguir mantendo a companhia entre as maiores pagadoras de dividendos de nossa bolsa.

    Por outro lado, a companhia tem uma grande exposição à China, que atravessa um momento conturbado. Especificamente, nos chamou a atenção ver os chineses parando de pagar seus empréstimos imobiliários com medo de não receberem os imóveis já que as construtoras por lá seguem numa situação muito ruim desde as notícias envolvendo a Evergrande alguns meses atrás.

    Apesar do cenário complicado para o setor de construção chinês não ser exatamente uma novidade, essa é a primeira vez que esse medo na população aparece e isso é algo que deve ser olhado mais de perto.

    Com mais de 20% do PIB chinês dependente do setor imobiliário, um grande demandante das commodities produzidas pela Vale, vemos sentido em reduzir o tamanho da posição da blue chip em nosso portfólio de 15% para 10%.

    CPFL

    Ação: CPFL3

    Comentário: Santander

    A CPFL Energia é uma holding que atua em todos os segmentos do mercado de energia. A empresa é um dos maiores players de distribuição e de energia renovável no Brasil, além de ter expandido recentemente a sua presença no segmento de transmissão.

    A nossa visão é de que em 2022 o foco da companhia será aumentar a eficiência e as sinergias na CEEE-T, o que a ajudará a ganhar força no segmento de transmissão. Também esperamos que a CPFL continue trabalhando nos projetos em construção (Cherobim, CPFL Maracanaú, CPFL Sul I e CPFL Sul II) e busque oportunidades inorgânicas, principalmente nos segmentos de transmissão e geração.

    A nossa visão positiva sobre a CPFL deve-se principalmente a: forte geração de caixa, proteção contratual contra a alta da inflação; baixa exposição ao déficit hídrico e preços de longo prazo; e baixo risco regulatório no segmento de distribuição de energia vs. pares.

    Além disso, acreditamos que há espaço para forte distribuição de dividendos nos próximos anos.

    Banco do Brasil

    Ação: BBAS3

    Comentário: Terra Investimentos

    Acreditamos que o Banco do Brasil vem apresentando forte crescimento de crédito (especialmente  no crédito rural e em alguns segmentos para pessoas físicas) e boa qualidade da carteira e está pronto para apresentar números  fortes em 2022, colocando a instituição em um grande desconto em relação aos seus pares, e garantindo um retorno interessante  em termos de dividendos para o acionista.

    Atualmente, o BB é negociado a 5 vezes o Preço/Lucro(P/L) contra a média dos pares  brasileiros de 9 vezes.

    Petrobras

    Ação: PETR4

    Comentário: Guide

    A Petrobras segue apresentando bons volumes de produção e redução no seu lifting cost (custo de extração) com maior participação das operações do pré-sal no portfólio.

    Esperamos a entrada em operação de novos poços a médio prazo, contribuindo para o aumento na produção. No curto prazo, alguns pontos de atenção são: continuidade da venda de ativos não estratégicos; avanço do projeto de desinvestimento das refinarias; e perspectiva de novos anúncios de dividendos.

    A Petrobras entregou novamente números bastante fortes referentes ao 2º trimestre, bem acima do esperado pelo mercado, impulsionado pelo elevado preço do Brent, que foi 12% mais alto, além das maiores margens de derivados e de gás natural.

    O resultado foi impactado positivamente também pelo ganho de capital de R$ 14,2 bilhões referente ao acordo de coparticipação nos campos de Sépia e Atapu. Em termos da composição da receita no mercado interno, o diesel e a gasolina continuaram sendo os principais produtos, respondendo juntos por 73% da receita nacional de vendas de derivados de petróleo entre abril e junho.