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    Carta-convite da OCDE é avanço muito preliminar, diz Rubens Barbosa

    Especialista CNN diz que Brasil precisará negociar temas muito delicados, como abertura de mercado, corrupção e meio ambiente para ser aceito na organização

    Murillo FerrariElis Francoda CNN

    Em São Paulo

    A carta-convite da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para o início de negociações sobre a adesão do Brasil à entidade é um “avanço preliminar”, disse nesta terça-feira (25) o especialista CNN Rubens Barbosa.

    “A carta informa que o conselho decidiu aceitar o pedido do Brasil e mais seis países para aderir à OCDE. Agora, vai haver todo um processo, uma negociação, definida pela OCDE – e o Brasil vai ter que aderir aos princípios, às visões, às regulamentações da organização”, explicou Barbosa, especialista em Relações Internacionais e ex-embaixador nos EUA.

    “O Brasil já é parte de centro e tantos comitês dos 251 que existem, mas há áreas muito sensíveis que deverão ser analisadas neste período que começa agora e vai demorar algum tempo para ser concluído”, disse.

    Para o especialista da CNN, no entanto, alguns dos temas que o país deverá negociar com a OCDE são muito delicados.

    “Para que os países da OCDE aprovem por unanimidade uma adesão – hoje são 37 membros – é necessária essa negociação, incluindo temas muito importantes, como a abertura do mercado, a questão da governança, mas sobretudo, a questão da corrupção e do meio ambiente.”

    Barbosa disse achar que não foi uma coincidência, por exemplo, o fato de a OCDE divulgar também nesta terça-feira, quase que simultaneamente com a notícia sobre a negociações para eventuais novos membros, um ranking com a posição dos países na questão da corrupção.

    “E o Brasil ficou pior, caiu neste índice. Então, na negociação que vai começar e vai durar vários anos – só o novo governo é que terá possibilidade de aderir à OCDE – essas áreas, sobretudo, serão fundamentais.”

    Barbosa disse ainda que não se deve esperar avanço mais significativo nessa questão até o fim do governo de Jair Bolsonaro (PL). “O [atual] governo tomará as providências, mas será o próximo que determinará se vamos entrar ou não na OCDE a partir das respostas que forem dadas aos questionários [da organização]”, concluiu.