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    Carrefour sobe a barra do e-commerce, e bancos projetam alta de 33% das ações

    O resultado do terceiro trimestre do Carrefour mostra é que vai ser difícil para a concorrência acompanhar o ritmo da digitalização

    Carrefour: segundo o Brasil Plural, é a melhor ação para o varejo alimentar, que representa a melhor relação custo-benefício da indústria
    Carrefour: segundo o Brasil Plural, é a melhor ação para o varejo alimentar, que representa a melhor relação custo-benefício da indústria Foto: Reuters/Nacho Doce

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O e-commerce alimentar experimenta um avanço sem precedentes em 2020. Isso acontece por motivos que todo mundo já conhece: a pandemia forçou as pessoas a ficar em casa e elas criaram o hábito de comprar pela internet. E o Carrefour (CRFB3) está se posicionando como o player que melhor aproveita esse momento.

    Os resultados do segundo trimestre já colocavam a empresa como a queridinha dos investidores para o setor por causa da expansão do digital — o GPA também avançou, mas um pouco abaixo das expectativas. Ontem (27), o Carrefour divulgou seu balanço mais recente, e os números mostram que vai ser difícil para a concorrência acompanhar o ritmo de sua digitalização. 

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    Vale a pena investir?

    Os bancos de investimento estão otimistas com o papel do Carrefour. O BTG Pactual colocou o preço-alvo do papel em R$ 24 e afirma ver um “momento resiliente para os varejistas alimentares, com maiores ganhos em comparação a outros segmentos do varejo”. 

    No último pregão, a ação do Carrefour fechou em R$ 20,28. 

    Banco Safra e Brasil Plural são um pouco mais otimistas e colocam como preço justo para o papel em 12 meses R$ 27 e R$ 26, respectivamente. O Brasil Plural diz que esta é a melhor ação para o varejo alimentar, que representa a melhor relação custo-benefício da indústria. 

    Atacadão digital 

    Um dos destaques do balanço do supermercadista foi o avanço das vendas B2B, que se beneficiaram pela reabertura de bares e restaurantes que estiveram fechados durante o segundo trimestre. Isto ajudou o Atacadão a alcançar crescimento de 31% na receita bruta, um “crescimento muito acima de qualquer outro trimestre em sua história recente”, diz o Carrefour em relatório. 

    Para chegar a esse resultado, um dos incentivos foi o lançamento do marketplace do Atacadão. A plataforma já possui mais de 300 vendedores e é a grande aposta do Carrefour para fazer o atacarejo crescer no digital.

    O atacarejo ainda tem presença muito tímida na internet. O Assaí, concorrente direto do Atacadão e controlado pelo GPA, só está presente no digital para informar ao consumidor onde estão suas lojas.

    Portanto, ainda há muito espaço para crescimento e largar na frente é sempre bem-vindo. 

    Além disso, o atacarejo do Carrefour tem um e-commerce B2B, que foi lançado há seis meses, mas agora recebe investimentos mais robustos e já tem integração com 23 lojas em 11 estados. O Carrefour tem parceria com a Rappi e com a Cornershop para realizar as entregas das compras feitas no online. 

    E mais: o tão sonhado e-commerce lucrativo parece estar a caminho. “A operação de e-commerce (do Atacadão) foi projetada para ser um modelo lucrativo desde o primeiro dia e já está alcançando resultados melhores do que o esperado”, diz a empresa no balanço. 

    Segundo o banco Safra, os resultados do Atacadão colocam pressão no GPA, que vai divulgar os números do terceiro trimestre hoje (28). O Safra destaca as oportunidades que a pandemia trouxe para o setor, mas não deixa de elogiar o Carrefour pela “habilidade de negociação com fornecedores e simplificação de promoções em uma estratégia de oferecer preços baixos todos os dias, que tem sido assertiva desde o início da pandemia”. 

    Arroz caro? 

    Mesmo em tempos “normais”, as marcas próprias já desempenhavam um papel importante para o setor supermercadista. Isso porque as varejistas conseguem margens maiores quando produzem por conta própria o que vai para as gôndolas. 

    Com a inflação no preço dos alimentos – o arroz foi um dos vilões em setembro –, esses itens foram ainda mais importantes, já que os supermercados conseguem ter mais controle sobre os preços. 

    No Carrefour, as vendas de produtos de marcas próprias cresceram 22% na comparação com o mesmo período em 2019.  

    “Por ter maior controle da produção, o Carrefour consegue aumentar a assertividade de suas ofertas e focar em produtos com maior demanda”, explica a Brasil Plural, em relatório. 

     

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