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    Carrefour e GPA: é uma boa comprar ações que caíram no ano passado?

    A XP Investimentos diz “pode ir”, enquanto a Toro recomenda que os investidores “deem uma segurada”

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo



     

    Em março do ano passado, quando as pessoas começaram a evitar sair às ruas, uma parte dos consumidores teve medo da falta do desabastecimento de supermercados e correu para estocar itens como arroz e papel higiênico. Este foi apenas um dos fatores que contribuíram com o bom desempenho do setor no ano passado. Mas e em 2021?

    Para aqueles que se perguntam se é uma boa entrar no setor neste começo de ano, as recomendações são diferentes. A XP Investimentos diz “pode ir”, enquanto a Toro recomenda que os investidores “deem uma segurada”. 

     

    Supermercado do Pão de Açúcar
    Foto: GPA/Divulgação

    No ano passado, as ações das supermercadistas iam bem até a chegada da Covid-19 no Brasil. Depois, subiram, mas não recuperaram o patamar pré-pandemia. No acumulado de 2020, as ações do Carrefour (CRFB3) caíram 17,1% depois de alcançarem valor recorde em janeiro. Os papéis do GPA (PCAR3) caíram 14%, enquanto o Grupo Mateus, que estreou na bolsa em outubro, subiu 4,2% (GMAT3). 

    Os resultados, por outro lado, falam mais alto do que a precificação das ações. No terceiro trimestre, as vendas em mesmas lojas do Carrefour cresceram 26%. O mesmo indicador do GPA mostrou avanço de 14,8%. As duas varejistas divulgam os resultados do último trimestre de 2020 nos dias 17 e 23 de fevereiro, respectivamente. 

    Porque comprar

    A XP vê as ações das supermercadistas subindo ao longo deste ano. O preço-alvo do Pão de Açúcar, que hoje está na casa dos R$ 77, para o fim de 2021 é de R$ 103. Já o Carrefour, que tem a ação cotada próximo a R$ 20 pode chegar a R$ 25, mas a recomendação é neutra. Há ainda recomendação de compra do Grupo Mateus, que valia R$ 8,92 no último fechamento e pode chegar a R$ 11, segundo a XP.

    “Acreditamos que o setor esteja estruturalmente melhor do que antes da pandemia”, diz relatório assinado por quatro analistas da empresa. Eles justificam a avaliação falando sobre o aumento de consumo no lar, crescimento da procura pelo atacarejo e da penetração de marcas próprias, que dão mais lucro para as varejistas. 

    Segundo a equipe da XP, os preços mais baixos que os observados antes da pandemia são um atrativo para a compra desses ativos. 

    Eles enxergam resultados fortes no curto prazo por esperar que as pessoas permaneçam comendo em casa e que, com a reabertura de bares, restaurantes e escolas, o atacarejo seja beneficiado. 

    A principal recomendação da XP são os papéis do GPA que, segundo a empresa, estão baratos. “Vemos espaço para uma revisão das estimativas de consenso de mercado para cima, enquanto a empresa também se destaca em relação aos pares quando se trata dos fatores ESG”, afirmam os analistas da XP. 

    Motivos para não comprar

    Porém, não são todos os analistas que recomendam a entrada no setor neste começo de ano. Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, não acha a aposta em supermercados ruim, mas avalia que o investidor perde oportunidades melhores ao comprar papéis do Carrefour, GPA ou Grupo Mateus. 

    “É um setor que tem margens baixas, com competição de preços muito grande. O custo de oportunidade para o investidor é muito alto. Outros setores estão mais atrativos”, avalia Carvalho.

    Bancos e commodities estão entre os setores preferidos do analista para 2021. Segundo ele, é mais interessante entrar nesses segmentos antes de colocar dinheiro no varejo alimentar. 

    Com tudo isso, Carvalho não acredita em mudança de patamar para as ações de supermercadistas em 2021.