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    Byte, Triller, Clash: empresas que podem crescer com imbróglio do TikTok nos EUA

    A guerra política e comercial entre EUA e China está atingindo duramente empresas chinesas com operação no ocidente e pode provocar dissidência dos usuários

    Matheus Prado, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A guerra política e comercial entre Estados Unidos e China está atingindo duramente empresas chinesas com operação no ocidente. O TikTok, plataforma de produção e compartilhamento de vídeos que se tornou febre entre jovens do mundo inteiro, parece ter se tornado o caso símbolo deste movimento.  

    Sob o pretexto de estar protegendo os dados da população norte-americana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto na quinta-feira (6) em que proíbe os aplicativos TikTok e WeChat de operarem no país em 45 dias caso não sejam vendidos pelas empresas chinesas que os controlam.

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    A Microsoft, interessada no negócio, afirmou no domingo (2) que estava avançando nas negociações para comprar o aplicativo após uma conversa entre o CEO Satya Nadella e o presidente americano. Trump disse ainda, em declaração inusitada, que qualquer acordo deveria incluir “uma quantia substancial de dinheiro” para o Tesouro americano.

    Em nota, o app afirmou que está “chocado com a recente Ordem Executiva, que foi emitida sem o devido processo legal. Por quase um ano, procuramos nos envolver, de boa fé, com o governo dos EUA para fornecer uma solução construtiva para as preocupações que foram expressas”, diz a nota. 

    “O que descobrimos foi que o governo não prestou atenção aos fatos, ditou termos de um acordo sem passar por processos legais padrão e tentou se inserir nas negociações entre empresas privadas.”

    Para os usuários do aplicativo, que não conseguem acompanhar estas movimentações de perto, restam duas alternativas: torcer para um desfecho positivo e seguir utilizando seu app de preferência ou tentar migrar para algum dos seus concorrentes e antecipar um possível desfecho político negativo.

    O problema, pelo menos para o TikTok, é que já existem alguns concorrentes à espreita, pretendendo lucrar neste incipiente mercado. Há desde novos players, como o Byte e o Triller, até o bom e velho Instagram, que lançou o Reels, com ferramentas quase idênticas às do app desenvolvido na China.

    Instagram Reels

    Aqui a rivalidade pode ocorrer pelo puro e simples alcance do Instagram, que é parte do Facebook. Os lucros da empresa praticamente dobraram no segundo trimestre de 2020: +98%, saltando de US$ 2,62 bilhões para US$ 5,18 bilhões. As receitas avançaram 11%, para US$ 18,7 bilhões, sem impacto aparente dos boicotes anunciados no fim de junho por anunciantes como Adidas, Unilever e Volkswagen.

    Toda essa capilaridade fez com que o Instagram criasse um produto bem parecido com o do rival. A empresa disponibilizou, no final de junho, o Reels, ferramenta capaz de editar vídeos em formatos similares aos da plataforma Tik Tok. O material pode ter duração máxima de 15 segundos e ser publicado nos stories, no feed ou diretamente no menu “Explorar”, em uma ação inédita que pode dar maior alcance do filme.  

    Uma equipe de curadoria interna da rede social fará a escolha dos vídeos que serão exibidos na seção e o usuário será notificado caso esteja entre os selecionados. Há ainda outras ferramentas, como utilizar o áudio de um outro vídeo para servir de base na sua criação, que parecem ter inspiração clara.

    Triller

    O Triller, app criado criado em 2015, tem pedigree angelino. Foi criado por um executivo da Warner Bros. Pictures, Ryan Kavanaugh, e pelo rapper Snoop Dogg. Muito por conta disso, a empresa conta com parcerias de gala como Universal Music, Spotify, Capitol e o próprio selo musical da Warner Bros..

    Nos últimos dias, a plataforma atraiu inclusive alguns tiktokers norte-americanos de peso que abandonaram o barco preventivamente, tentando proteger sua fonte de renda. O Triller já está em mais de um milhão de celulares nos EUA, e, em alguns dias de agosto foi, inclusive, mais baixado que o próprio TikTok na Apple Store local;

    Byte

    Esse tem história. O Byte, que também segue a linha de vídeos curtos e boas ferramentas de edição, foi criado Dom Hofmann, co-fundador do Vine. Para quem não lembra, o Vine foi fundado em 2013 e é o pai desse formato de rede social. Muitos youtubers e tiktokers que fazem sucesso hoje em dia saíram de lá.

    Visualmente, conta com mais elementos gráficos e animações, evocando uma estética até mais compatível com o Tumblr. Mas não se confunda com a paternidade, trata-se de mais um concorrente para o incipiente mercado comandado pelo TikTok. O Byte já tem, inclusive, mais de dois milhões de downloads apenas nos Estados Unidos. 

    Além dessas, aparecem ainda Clash Video, Zynn e, enquanto você lia isso, provavelmente surgiu uma nova startup no setor.

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