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    Brics: expansão e moeda comum podem ser discutidas na cúpula, diz ministra da África do Sul

    No encontro marcado para os dias 22 a 24 deste mês, líderes devem discutir oportunidades de recuperação econômica global inclusiva e desenvolvimento sustentável

    Amanda Sampaioda CNN , São Paulo

    As lideranças do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul podem ampliar as discussões em torno da expansão dos Brics na próxima reunião do bloco, que irá ocorrer entre os dias 22 e 24 de agosto em Joanesburgo, na África do Sul.

    No encontro, outros temas importantes — como uma possível reforma da governança global e até mesmo a criação de uma moeda comum para os países-membro — também podem ser discutidos, mesmo que não façam parte da agenda oficial do encontro.

    As declarações foram dadas pela ministra de Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, em entrevista coletiva no começo de agosto.

    “Há grande interesse na adesão ao Brics, uma vez que países do sul buscam alternativas em um mundo multipolar. Tivemos manifestações formais de interesse de líderes de 23 países para entrar no Brics, além de muitas outras abordagens informais sobre as possibilidades de adesão ao bloco”, afirmou Pandor.

    Ainda de acordo com a ministra, os líderes da cúpula devem discutir oportunidades de uma recuperação econômica global inclusiva, além do desenvolvimento sustentável.

    “Espera-se que sejam estreitadas parcerias de benefícios mútuos com a África e com os países do sul num mundo multipolar, além de aprofundar e fortalecer o multilateralismo progressivo e realizar uma reforma significativa da governança global, bem como abordar a marginalização das mulheres nos processos de paz e promover um ambiente de paz e desenvolvimento em todo o mundo”, completou.

    Além disso, Pandor também reforçou que o presidente russo, Vladimir Putin, não participará presencialmente do evento.

    “O presidente Vladimir Putin irá participar ativamente de algumas discussões entre líderes, virtualmente, mas não estará no evento de forma presencial”, disse.

    Ainda segundo a ministra, os países do bloco têm maior participação na atividade econômica global do que os países do G7 — grupo das maiores economias do mundo —, em termos de paridade de poder de compra.

    “Juntos, os Brics possuem cerca de 42% da população mundial, quase 30% do território mundial, cerca de 27% do PIB global e cerca de 20% do comércio internacional”, disse.

    “Isso não é uma competição, mas é uma demonstração clara da necessidade de as vozes dos países do Brics, do sul global e da África serem ouvidas e respeitadas na governança econômica, financeira e na política global”.

    A ministra também elogiou o desempenho da presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, que estará presente no encontro.

    “Dilma Rousseff tem uma perspectiva única, uma vez que foi presidente do Brics em 2014 […] Este será o primeiro encontro dela com os líderes dos Brics como administradora do NDB, e o progresso disso será também uma oportunidade para ela compartilhar sua visão com o banco, levando em conta o atual clima econômico e os desafios financeiros globais”.

    Em julho deste ano, Dilma se encontrou com os presidentes da Rússia e da África do Sul para discutir expansão do banco dos Brics, entre outros assuntos.

    Veja também: Dilma nega que banco do Brics vá emprestar dinheiro à Rússia

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