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    Bolsas dos EUA fecham em alta, mas semana encerra em queda com volatilidade

    Aversão a riscos aumentou entre os investidores em meio aos temores de que a economia norte-americana entrará em uma recessão com um ciclo de alta de juros

    Reuters

    Os mercados de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta sexta-feira em modesta recuperação, mas ainda sofreram seu maior declínio percentual semanal em dois anos, à medida que investidores precisaram lidar com a crescente probabilidade de uma recessão conforme os bancos centrais globais tentam conter a inflação.

    A inflação desenfreada e teimosamente alta tem deixado investidores nervosos neste ano, e o Federal Reserve e a maioria dos principais bancos centrais começaram a migrar de políticas monetárias estimulativas para um aperto monetário que desacelerará a economia, possivelmente causando uma recessão e potencialmente prejudicando os lucros das empresas.

    Os três principais índices de Wall Street registraram seu terceiro declínio semanal consecutivo. O índice de referência S&P 500 amargou sua maior queda percentual semanal desde março de 2020, auge da queda do mercado causada pela pandemia de Covid-19.

    “No momento, você verá muita volatilidade e será principalmente devido ao fato de o Fed estar antecipando todos esses aumentos de juros e apenas tentando avaliar o quadro da inflação. Está muito nublado agora”, disse Megan Horneman, diretora de estratégia de portfólio da Verdence Capital Advisors em Hunt Valley, Maryland.

    “Apenas espere volatilidade, ela veio para ficar, ficará aqui até que tenhamos um pouco mais de clareza sobre se realmente atingimos o pico da inflação.”

    O índice S&P 500 fechou em alta de 0,22%, a 3.674,84 pontos. O Dow Jones caiu 0,13%, a 29.888,78 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 1,43%, a 10.798,35 pontos.

    Na semana, o Dow Jones perdeu 4,79%, maior queda percentual desde outubro de 2020. O S&P 500 cedeu 5,79%, e o Nasdaq recuou 4,78%.

     

    Contudo, Wall Street abriu sem direção comum nesta sexta-feira (17), após uma venda brutal desencadeada pelos aumentos de juros pelo Federal Reserve e outros grandes bancos centrais, o que aumentou os temores de recessão.

    Por volta das 11h50, o Dow Jones perdia 0,75%, enquanto o S&P 500 recuava 0,62% e o Nasdaq tinha queda de 0,27%.
    O índice de referência S&P 500 e o Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, caíram 6% nesta semana até o momento, com o primeiro perdendo quase US$ 2 trilhões na liquidação desta semana.

    A inflação teimosamente alta assustou as ações nas últimas semanas, à medida que os investidores se adaptam ao fim da era do dinheiro barato e se preocupam com as pressões de preços que afetam os lucros das empresas e o crescimento econômico.

    Na quarta-feira (15), o Fed elevou sua taxa básica em 0,75 ponto percentual e as autoridades delinearam um ritmo mais rápido de aumentos de taxas. O Banco da Inglaterra e o Banco Nacional Suíço também aumentaram os custos dos empréstimos.

    “Os mercados não vão se estabilizar até que haja uma sensação de que as medidas do Fed e de outros bancos centrais serão bem-sucedidas não apenas em conter a inflação, mas em tentar evitar uma recessão global”, disse Kenny Polcari, sócio-gerente da Kace Capital.

    “Não acho que seja outro evento de 2007. Mas com base em todo o estímulo que todos os bancos centrais do mundo forneceram e agora que estão começando a tirar os doces do pote de doces, os investidores vão reagir violentamente”.

    Enquanto isso, o presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou o foco do banco central em trazer de volta a inflação para sua meta de 2% ao falar em uma conferência sobre os “Papéis Internacionais do Dólar Americano”.

    O S&P 500 caiu cerca de 23% este ano e recentemente confirmou que estava em território de baixa, ou 20% abaixo de seu recorde de fechamento. O Dow Jones também está prestes a confirmar um mercado em baixa.

    Espera-se que as negociações permaneçam voláteis, também devido ao vencimento dos contratos de opções mensais e trimestrais antes do feriado de 19 de junho na segunda-feira.