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    Ibovespa fecha em forte queda, em ajuste após altas consecutivas

    Principal índice da B3 acumulou alta de mais de 10% nas três sessões anteriores, mas voltou nesta quinta à casa dos 80 mil pontos

    Bolsas internacionais concentram expectativas em torno de nova droga contra o coronavírus
    Bolsas internacionais concentram expectativas em torno de nova droga contra o coronavírus Foto: Aly Song/Reuters

    O Ibovespa fechou em intensa queda nesta quinta-feira (30), em ajuste após alta de mais de 10% dos três pregões anteriores. O movimento também acompanhou a queda de bolsas do exterior, com ações do Bradesco se destacando negativamente após divulgação de resultados fracos.

    O principal índice da B3 terminou o pregão em queda de 3,20 %, a 80.505 pontos. 

    Apesar disso, o forte rali das últimas três sessões, em meio à melhora das expectativas mundiais para o pós-coronavírus, levou o Ibovespa a encerrar abril com o melhor desempenho mensal em 15 meses, com alta de 10,25%. Na semana, o avanço foi de 10,8%.

    Enquanto seguiram monitorando a evolução diária do Covid-19 no mundo, analistas também deram atenção a números trimestrais corporativos e de atividade econômica, assim como aos pacotes de governos, par tentar medir a dimensão e duração do estrago sobre os ativos financeiros consequentes das medidas de isolamento para tentar o avanço da pandemia.

    Em meio a dados assustadores de retração econômica e a previsões sombrias de empresas, os agentes encontraram algum alívio em um punhado de balanços trimestrais acima do esperado, novas ofensivas de flexibilização monetária ao redor do mundo e na esperança de tratamentos eficazes para o coronavírus.

    “Tendo passado por medidas que alteraram profundamente a forma de fazer negócios, as economias estão, cautelosamente, voltando à normalidade enquanto as pesquisas para encontrar uma cura avançam”, afirmaram analistas da Levante Investimentos.

    Nesta sessão, os agentes encontraram bons motivos para vender ações em embolsar parte dos lucros dos últimos três dias.

    Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA somaram 3,84 milhões na semana encerrada em 25 de abril. No Brasil, a taxa de desemprego terminou o primeiro trimestre em 12,2%, com 12,85 milhões de desempregados, movimento sazonal, mas que já deu os primeiros sinais da pandemia.  

    Em outra frente, investidores também reagiram ao possível adiamento do alívio nas medidas de isolamento para combater o vírus. A pandemia deve chegar ao seu pico no Brasil em 10 de maio e há chance de se agravar depois com a queda no isolamento social em parte do país. 

    Lá fora

    As ações dos Estados Unidos também perderam terreno nesta quinta-feira, com dados econômicos ruins e balanços mistos levando investidores a realizar lucros ao fim do melhor mês para o S&P 500 em décadas. 

    Em abril, o mercado teve um rali notável impulsionado por expectativas de que a economia, em breve, irá começar a se recuperar de restrições para conter a pandemia do coronavírus. O Dow Jones recuou 1,17%, o S&P 500 perdeu 0,92%, e o Nasdaq Composite retraiu 0,28%.

    As ações europeias também caíram de um pico de sete semanas nesta quinta, depois que o Banco Central Europeu optou por não tomar grandes medidas de política monetária, apesar das evidências crescentes dos danos causados à economia da zona do euro pela crise do coronavírus.

    O BCE reafirmou seu já vasto esquema de compra de títulos, decepcionando alguns investidores que esperavam que ele aumentasse sua meta e adicionasse títulos com classificação de risco à sua lista de compras nos próximos meses.

    O índice FTSEurofirst 300 caiu 2,18%, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 2,03%.

    Já os índices chineses fecham seu melhor mês em cinco, com esperanças sobre os testes do novo remédio contra o coronavírus anunciado nesta semana. Além disso, alguns dados pessimistas sobre a economia asiática reforçaram a expectativa dos investidores de obter mais estímulo das autoridades econômicas para apoiar a segunda maior economia do mundo.

    No mercado de petróleo, também houve trégua. Os preços tiveram novo salto após diversos produtores afirmarem que vão reduzir bombeamento e sinais indicarem que o excesso de oferta nos Estados Unidos não está avançando tão rápido quanto muitos temiam, fatores que levaram um tom otimista ao mercado no final de um dos meses mais voláteis da história da commodity.

    O Brent, valor de referência internacional, terminou abril com ganho de cerca de 11%, depois de acumular baixas de mais de 65% no primeiro trimestre. O WTI, enquanto isso, cedeu pelo quarto mês consecutivo, com quedas que acumulam 70% no período — incluindo uma baixa de 8% em abril.

    Destaques da B3

    Bradesco PN desabou 7,22%. O banco provisionou R$ 2,7 bilhões para perdas esperadas com inadimplência e pode reservar mais nos próximos meses, avaliando a crise como mais severa que as anteriores. Itaú Unibanco PN recuou 3,76% e Santander caiu 4,6%.

    Multiplan ON caiu 6,6%. A empresa está vendo demanda reprimida na reabertura de shoppings do país e avalia que o desemprego causado pelas medidas de isolamento social vai pesar na capacidade de consumo da população. 

    Suzano ON ganhou 1,8%, em sessão era positiva para o setor de papel e celulose, com Klabin UNT avançando 1,5%.

    Petrobras PN recuou 0,8%, enquanto Petrobras ON perdeu 1,84%, após subir mais de 14% na semana. A empresa aprovou um novo modelo de gestão para a assistência médica aos funcionários, que deve economizar pelo menos R$ 6,2 bilhões em dez anos (a valor presente).  

    Smiles ON caiu 8,87%, na última sessão antes de sair do Ibovespa.

    *Com informações da Reuters