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    Bolsa de Tel Aviv nega que houve negociações incomuns antes da guerra

    Pesquisadores afirmam que investidores em Israel podem ter lucrado com conhecimento prévio da ofensiva do grupo armado

    Homens passam por painel eletrônico na Bolsa de Valores de Tel Aviv
    Homens passam por painel eletrônico na Bolsa de Valores de Tel Aviv 04/11/2020REUTERS/Amir Cohen

    Steven Scheerda Reuters

    A Bolsa de Valores de Tel Aviv, chamada Tase, negou nesta terça-feira (5) que houve negociações incomuns antes do ataque do Hamas, em 7 de outubro.

    Um relatório feito por pesquisadores norte-americanos indicou que havia investidores em Israel que poderiam ter lucrado com o conhecimento prévio do ataque do Hamas, em 7 de outubro. A Tase pontuou que o documento é impreciso e sua publicação é irresponsável.

    A pesquisa foi realizada pelos professores de Direito Robert Jackson Jr., da Universidade de Nova York, e Joshua Mitts, da Universidade de Columbia, e constatou um número significativo de vendas a descoberto de ações (quando os investidores apostam na queda dos preços dos papéis) antes do ataque.

    A atividade, segundo eles, “excedeu as vendas a descoberto que ocorreram durante vários outros períodos de crise”, como a crise financeira de 2008 e a Covid-19.

    Eles escreveram que, no caso do Leumi, o maior banco de Israel, 4,43 milhões de ações vendidas a descoberto no período de 14 de setembro a 5 de outubro renderam lucros de 3,2 bilhões de shekels (o equivalente a US$ 859 milhões).

    Mas a Bolsa de Valores de Tel Aviv ressaltou que os autores calcularam mal, já que os preços das ações são listados em agorot, que são semelhantes a centavos, em vez de shekels, colocando o lucro potencial da venda a descoberto em apenas 32 milhões de shekels.

    Yaniv Pagot, chefe de negociação da bolsa, pontuou que, ao analisar as operações a descoberto no Leumi, houve um aumento de cerca de 4,5 milhões de ações na semana que terminou em 21 de setembro e, depois disso, o número permaneceu estável.

    “Não vejo nos dados algo sequer próximo do que eles escreveram no artigo”, disse Pagot à Reuters, acrescentando que os pesquisadores não falaram com a bolsa ou com seus membros.

    “Não havia nada de anormal nas posições vendidas na bolsa de valores nos dois meses anteriores ao ataque”, complementou.

    Joshua Mitts, um dos responsáveis pelo artigo, observou à Reuters que o relatório de 67 páginas já havia sido corrigido, mas que a questão da moeda não afetou a atividade “altamente incomum” do MSCI Israel Exchange Traded Fund (ETF), um ETF referenciado em ações israelenses, e das opções de venda.

    O documento adverte que “a posição de venda a descoberto no MSCI Israel Exchange Traded Fund (ETF) subitamente, e de forma significativa, aumentou” em 2 de outubro, com base em dados da Autoridade Reguladora do Setor Finaneiro (Finra).

    Entretanto, Pagot, o chefe de negociação da bolsa, disse que não entendia “a teoria sobre os ETFs”.

    Ele também afirmou que a posição vendida no Leumi foi assumida por um banco israelense não identificado, conhecido pela Tase.

    “Sabemos que a conformidade deles é muito rigorosa, portanto, é improvável que uma posição como essa, proveniente de uma organização terrorista, possa passar pela conformidade desse membro para lavagem de dinheiro ou algo parecido”, destacou, referindo-se à especulação da imprensa de que o próprio Hamas estaria por trás da venda a descoberto.

    O órgão regulador de valores mobiliários de Israel pontuou que está ciente do relatório há uma semana e que está em contato com os pesquisadores, mas se recusou a fazer um comentário enquanto investigava a contestação da Tase.